História – 02/04/2021

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A marca que jamais será apagada

No estudo da história, encontramos fatos curiosos que nos levam a pensar quantos ainda estão ocultos ou desaparecidos no tempo. Por isso que as histórias sobre o passado, na maioria, são incompletas e às vezes contraditórias ou hipotéticas.

Algumas estão registradas em documentos oficiais, livros antigos ou registros pessoais, como diários e anotações avulsas. Também a história oral onde os acontecimentos são transmitidos de geração em geração pela boca do povo. Por isso, é importante a descoberta de novas fontes que nos permitam trazer a luz os fatos tal como sucederam, confirmando assim sua veracidade. Esse é o trabalho do historiador e do pesquisador, não com o sentido de provar e sim para narrar. Não devemos descartar a curiosidade que nos conduz a uma investigação profunda para que saibamos a origem de sua fonte histórica. É o caso de nossos irmãos do Prata que nos chamam, até hoje, de “macacos”. Esse termo depreciativo surgiu no de 1852 quando o ditador argentino D. Manoel de Rosas, após a derrota de suas tropas na batalha de Monte Caseros, declarou com desprezo o seguinte: “Nos vencieron los macacos”. Na verdade, eram aqueles brasileiros que os rio-grandenses chamavam de “baianos”. Mas esses brasileiros não tomaram parte dessa guerra, somente limitando-se aos arranjos diplomáticos. A guerra foi entre gaúchos, portenhos, correntinos, entrerrianos e uruguaios. Rosas exagerou incluindo os rio-grandenses entre os “macacos”.

O problema era que o Brasil era ainda escravagista e os países do Prata já haviam libertado todos seus escravos. Infelizmente, nossos irmãos uruguaios, aproveitando a “carona”, até hoje nos chamam de “macacos”, principalmente quando se trata de futebol. Acredito que a maioria não sabe a origem da palavra, então vão continuar a repeti-la como “papagaios”. Nem a “borracha do tempo” vai conseguir apagar esse estigma, já está sacramentado.

 

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