A ARTE DA GUERRA
Na arte da guerra, a guerrilha é uma tática de combate muito efetiva diante da superioridade do inimigo. É uma maneira de desgastar, distrair, de intimidar, de criar confusão e retardar as ações inimigas. Os gaúchos foram especialistas nesse tipo de luta. Era uma guerra de “montoneros”, cuja tática e estratégia eram desconhecidos pelos europeus. Era uma falta de prática de lutar contra guerrilheiros inteligentes, sagazes, astutos, audaciosos e valentes. Conscientes de sua inferioridade numérica e logística, não era sábio enfrentar o inimigo em campo raso, o que seria desastroso, porém fustigá-las, desgastá-las, desmoralizá-las atingindo a moral da tropa. Quando o coronel paraguaio Estigarribia, com seu exército, invadiu o Rio Grande do Sul, as forças de Davi Canabarro em minoria e mal armados, utilizaram a guerrilha para atrasar o avanço dos invasores. O historiador Moysés Velhinho, tratando da guerra de fronteira nos inícios do povoamento do Rio Grande do Sul, escreveu: “O mal dos espanhóis, é que, endurecidos na sua maneira de ser, não se amoldavam ao tipo de guerra a que os luso-brasileiros, em comunhão com os tupis, logo se afizeram, nos sertões e desertos das terras virgens da América”. Durante a revolução farroupilha, as forças rebeldes por sua formação e por força das circunstâncias, trataram de manter bem viva sua forma de luta convencional com a guerrilha, método que lhes era familiar e que vinha sendo usado pelas sucessivas gerações. A tática da guerrilha, em última análise, consiste em procurar manter o inimigo em permanente e inquietante estado de alerta, o que se traduz por desgaste. Este tipo de operações tem na extrema mobilidade a sua principal característica. À versatilidade da movimentação aliam-se as surpresas, as emboscada, a astúcia, o ardil, enfim, o emprego de estratagemas, tudo com a finalidade de levar a inquietação ao adversário, que, sofrendo este constante estímulo, tem diminuído seu poderio, físico e moral, refletido, ainda, no seu armamento, munição e víveres. Um método tão antigo quanto a humanidade. Os gaúchos usavam essa tática onde o cavalo representa um importante papel, devido a sua mobilidade, copiado do índio do pampa. Formavam grupos de extraordinário deslocamento, pois, era formada por homens campeiros, na maioria recrutados na campanha. O historiador Helio Moro Mariante escreveu: “Formidáveis como um raio, velozes como o vento, batem aqui, surpreendem ali, sem darem tempo ao inimigo de tomar pe´…” O escritor francês Victor Hugo descrevendo as medonhas investidas das hordas mongólicas, diz: Quando a batalha inicia o tártaro dá um grito terrível, chega, fere, desaparece e volta como um raio”. De forma similar, a guerrilha tornou-se nos pampas um modelo de luta eficaz.
Deixe um comentário
Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266