A HISTÓRICA TERRA RECLAMADA
Após o término da derrota de Rosas e Oribe, em 1852, o Império assinou com o governo de Montevideo o mais importe tratado que fixou os limites entre as duas nações. Ela seria pelo rio Quarai, Coxilha de Sant’Ana e rio Jaguarão, encerrando assim uma velha discussão. Porém, uma área de terra foi reclamada pela República Oriental do Uruguay, localizada nos lugares denominado: Passo da Sepultura, Rincão do Maneco na linha divisória – Livramento 6º Distrito, confrontações com a localidade de Massoler. Nossos “hermanos” até hoje reivindicam uma faixa de terra de 25 mil hectares, na linha divisória, no lugar conhecido por Rincão do Maneco. A área entre os rios Moirões e o Espinilho pertenceu ao general Osório, possivelmente por doação do governo Imperial do Brasil, por serviços prestados, denominada Campo Osório. Também conhecida por Rincão de Artigas; dizem que o caudilho Artigas no inverno trazia a cavalhada, de origem incerta, entre os arroios de Moirões e Espinilho. Um local de difícil acesso, mas de fácil esconderijo para o caudilho Artigas. Se tratando de terras bravias, com muita mataria, xircal, vassouras de forno, e santafezal, ali a fauna era riquíssima; leões baios, pumas, jaguatiricas, gatos do mato, lontras, ariranhas, capivaras, mão pelada, macacos, bugios, tatús, rebanhos de avestruzes e variadíssima espécie de aves e o conhecido sentinela dos campos – o quero-quero. A área do Rincão do Maneco está entre os rios da Invernada, e os Moirões que correm do Sul, na Coxilha Negra, para o Noroeste, bifurcando-se para formarem o rio Quarai, juntamente com o arroio Espinilho. A área de Campo Osório ou Rincão de Artigas, entre os rios Moirões e o Espinilho, este corre do Galpão do Inglês na Coxilha Negra, para o Noroeste, bifurcando com o arroio da Invernada na Picada do Aipo – Rincão do Aipo – e dali para baixo a junção dos três rios – Invernada – Moirões e Espinilho, passam a ter nome de Rio Quaraí. No Rincão do Aipo, em 24 de junho de 1895, deu-se o combate entre as forças governistas do Coronel João Francisco Pereira de Souza, do Caty, e as forças maragatas do Almirante Saldanha da Gama, que morreu no combate. Foi o derramado o ultimo sangue de luta cruenta e fraticida entre os cidadãos da mesma Pátria, que enlutou o Rio Grande do Sul. Após vários acordos de limites o tratado de 1909 entregou a uma Comissão Mista a tarefa de demarcar a fronteira entre os dois Estados, sendo realizada em fevereiro de 1913 a demarcação definitiva das fronteiras entre o Brasil e a República Oriental do Uruguay. O Rincão do Maneco ainda continua a ser motivo de reclamação e discussão.
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