História

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                                   NEFASTA AMBIÇÃO

As conquistas espanholas do novo continente, foram trágicas. Sob a bandeira da ambição e deslumbrados com a abundância encontrada de ouro e prata, em mão dos indígenas, os conquistadores hispânicos não conheciam limites. A barbárie foi completa, acompanhada da pilhagem a custa do sangue das civilizações pré-colombianas.  Em 1519, Pizarro iniciou a conquista do Império Asteca para a Espanha. Em 1531, Fernando Pizarro inicia a conquista do Império Inca. Os espanhóis ficaram assombrados com os materiais manufaturados, onde os artefatos eram confeccionados com ouro e prata. O trabalho com o material precioso tornou-se sistemático e organizado. Com eles fabricavam de utilitários como alfinetes, pinças, adereços, colares, braceletes e pingentes. Eram usados também, na produção de armas, escudos, couraças de armadura, máscaras funerárias. O ouro e a prata estavam em todos os lugares, na decoração dos palácios, apareciam em forma maciça em vasos, taças, armas ritualísticas, e até assentos, além de revestir paredes. Imaginem o brilho dos olhos dos espanhóis diante dessas riquezas.  Os indígenas da América sabiam de seu alto valor e o gastavam de forma moderada. Além da pilhagem desmedida e do genocídio, o lado triste é que a grande viagem para além dos mares era uma cruzada de dois gumes: para o Cristo e para o metal precioso. As descobertas ofereciam um Deus e procuravam a riqueza material, com o seguinte pensamento: é dando que se recebe. O aspecto material e o espiritual estavam intimamente misturados.  Vejam só o que Colombo escreveu:” Teríamos de converter rapidamente para a nossa fé um grande número de povos e ganhar, ao mesmo tempo, grandes quantidades de ouro”. Ele mesmo professava que o ouro “pode conduzir almas ao Paraíso, se o empregarmos para rezar missas”.  Era utilizado a bíblia numa mão e a espada noutra. No México, Cortez criou uma cidade que chamou de Vila Rica da Vera Cruz, associando na denominação riqueza e piedade. Os conquistadores não se privavam disso. Nem todos tiveram a sorte de chegar ao metal, mas quando isso acontecia ficavam perturbados com tamanha  riqueza. Exemplo: em Tenochtitlan, que se tornaria o México, Cortez viu o imperador Montezuma vestido com trajes e sandálias de ouro. Em Cuzco, Pizarro ficou fascinado com o Templo do Sol, onde reluzia uma esfera de ouro. Tanto Cortez como Pizarro receberam muitos presentes em ouro. Mas, em seguida, os conquistadores pilharam, uma limpa total. Em resumo: duas grandes civilizações foram destruídas. Toneladas de ouro e prata foram transportados para a Europa, verdadeiros tesouros tintos de sangue para pagar o esplendor e encher os cofres dos reis da Europa e da Igreja. A pergunta é a seguinte: afinal quem eram os civilizados?

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