História

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A origem do pedágio

Quando viajamos pela estrada nos deparamos com os postos de pedágios e pagamos uma taxa para continuar viagem. Qual a origem dessa palavra? Tudo começou na região de Santo Antonio da Patrulha. O governo no século XVII já cobrava impostos pela passagem no território cortado atualmente pela BR 290.  No lugar de carros, caminhões e ônibus, bois, mulas e outros quadrúpedes pagavam uma taxa para sair do Continente de São Pedro do Rio Grande. O historiador André Jacobus exemplifica: ”uma cabeça de mula custava mil réis de imposto”. “Como não existia dinheiro circulante, uma percentagem acertada previamente ia para a Coroa sob forma de recibo”.  Afirma o historiador:” mas o povoamento de Santo Antonio da Patrulha não se iniciou com o Registro de Viamão. Em 1737, a coroa portuguesa resolveu fundar dois postos avançados para frear a deserção de soldados que se mudavam para o Sul sem perspectivas de voltar para casa. “ Composta de dois oficiais, 20 soldados dragões e 80 cavalos, a Guarda Velha de Viamão ficava em cima de uma colina, a aproximadamente seis quilômetros do atual centro de Santo Antônio. A segunda guarda funcionava no Rio Tramandaí. Dois anos mais tarde, a guarda transformou-se em registro e passou a ter a tarefa de controlar e cobrar impostos sobre a passagem de gado. Além do quartel , da casa dos oficiais e do depósito de couros, foram construídos três currais. Um guardava os cavalos dos militares, outro ficava com os animais presos por contrabando, um terceiro era conservado para a contagem do rebanho”. Diz Jacobus:”uma cerca na estrada e uma porteira cuidavam para que nenhuma cabeça saísse do território sem pagar impostos”. “Para evitar o contrabando e os saques, patrulhas fiscalizavam os campos. O pedágio era cobrado pelo representante do arrematador, que geralmente morava no Rio”.  Como tudo tem seu tempo, o Registro de Viamão foi perdendo força, com a criação do Registro de Santa Vitória . Por volta de 1770, o Registro de Tramandaí foi transferido para Torres. Em meados de 1808, uma documentação discutiu seu possível fechamento. Diz Jacobus: ”Dois anos depois, as autoridades já se referiam a ele como extinto”. Hoje, muitos acreditam que as profundas marcas deixadas nos campos de Santo Antônio foram provocadas pela passagem das tropas de gado, nos tempos da cobrança de pedágios. Aqui em Livramento o conhecido Cerro do Registro, foi chamado assim por ter sido um local de cobrança de impostos na passagem de gado no fim do século XIX e foi extinto quando da inauguração da Alfândega em novembro de 1900. O relato acima é a maior prova de que no Rio Grande não se conta história pra boi dormir.

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