O medo da coragem dos partidos – 22/08/2020

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Todos nós estamos passando de jovens à amadurecidos eleitores, pois alguma coisa nos diz que há algo errado neste sistema político, onde o nosso único sonho é apenas um trabalho numa cidade limpa. Somos de natureza rural e livres, mas para sermos livres, temos que ser disciplinados. Fomos arrancados da terra por valores que não alimentam a alma, para sermos encurralados em um sistema que esmaga as esperanças, principalmente de jovens sem oportunidades com um resultado que já sabemos, indisciplina geral com o esquecimento do cidadão pelo sistema.

A culpa para mim, além da falta de uma reforma política, é essa democracia delegativa, onde, do presidente ao prefeito nos governam a partir deles para os príncipes partidários, menos para o povo. A democracia precisa ser participativa, onde o partido faz a representação do poder em sintonia com as demandas verdadeiramente populares.

Em virtude do fracasso representativo dos partidos por este país a fora, em geral, resulta em graves consequências sociais, onde as palavras com discursos fáceis e sem ética, provocam o descrédito dos partidos, tornando-os meramente estéticos e sem valor. Vejam o mau exemplo do PT, PDT, PTB, PSB E PSOL, três partidos dos trabalhadores e dois socialistas. Vejam se não eram para se fundirem ou mesmo estarem unidos em prol dos trabalhadores. Mas não, é uma antropofagia entre eles sem fim. O resultado é o desânimo para votar e o surgimento do crime eleitoral cooptando partidos nanicos com força total. E não adianta exército, polícia unificada, armamento novo, que as causas sociais não sendo resolvidas, sempre o monstro social conspirará ainda mais e com muito mais sofisticação.

Nossa história de ditaduras, de Vargas ao estado de exceção, não nos educou para o exercício da democracia, por isto que os partidos ainda são frágeis. Temos que lutar pelo seu fortalecimento porque os governos estão descaracterizados, se elegem com um programa popular e governam sob a égide do populismo ou projeto político pessoal. Num contexto de globalização econômica, acabam inviabilizando economicamente o país, muitas vezes por imaturidade e mentido pela tentação de se perpetuar no poder. E quando se responsabiliza o gestor eleito, ele empurra para o partido B e este culpa o C e todos são e não são governo.

Apesar dos pesares, ver uma câmara fechada por falta de políticos é suicídio social. Esse legado que herdamos dos nossos pais de votar com responsabilidade, tem de ser repassado aos nossos filhos. É um novo milênio onde as verdades estão sendo expostas e isso nos conscientiza mais com essa decadência social e ambiental como uma trombada na cara. Os tempos são difíceis pela pandemia, contudo nos chama para a realidade de enfrentar sem medo, mesmo pela falta de coragem dos partidos para mudarem, temos que ter entusiasmo para muda-los. A coragem é parceira entre a morte e a glória, principais feridas desse nosso mundo egoísta.

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