Diálogo – 24/10/2020

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Nossa vida alheia

Fiscalizar a vida alheia sempre foi um dos mais apreciados passatempos do ser humano. O COVID apenas nos veio dar novo e reforçado impulso. Com o advento das redes sociais, o impulso para o ataque, para a crítica descabelada, e muitas vezes destituída de qualquer fundamento, ganhou novo alento. E lá estão os especialistas em generalidades armados como polícias do COVID aos gritos a reclamar dos políticos nas carreatas sem máscaras, de fulano que estava sem máscara, de beltrano que foi visto numa festa com todo mundo sem máscara, de aglomerações no Batuva… (nem interessa que as regras tenham sido cumpridas; para estes polícias da COVID vai dar no mesmo), de sicrano que não cumpriu a distância de segurança. Para os policias do COVID o país devia ter parado, a vida devia ter sido interrompida, os trabalhadores deviam ter deixado de lutar por melhores salários, nem que para isso todos deixássemos de trabalhar e de receber salário. Não morríamos da doença, lá isso não, mas morríamos de fome. Para os policias da COVID não faz mal. Desde que possam continuar a fiscalizar a vida alheia.

Desconfio que, no momento em que acabar a pandemia, muitos destes fiscais da vida alheia vão cair em enorme e prolongada depressão por deixarem de poder exercer o passatempo preferido. Sim, como irá depois sobreviver esta gente? Há os que esparramam Fakes News, como a do termômetro que mede a temperatura por radiação calórica do corpo como se emitisse algum raio maligno. E, claro, entre eles, há aqueles da torcida do COVID, para quem o COVID é mero instrumento de ataque político. Na verdade, estão se lixando para o COVID. Apenas lhes interessa na medida em que, através do vírus, podem atacar ódios políticos de estimação. Esses são os piores. Juntam a pulsão covidiana, velha como o mundo, à vigarice intelectual, como os que defendem a vacinação obrigatória, ainda sem comprovação de eficácia, a Coronavac Chinesa da Cinovac/Butantan, a qual teve efeito colateral em 35% dos testados, confessado pelo presidente do Instituto. Felizmente há muita gente por aí que reconhece os vigaristas covidianos, principalmente alguns “jornalistas” da grande mídia, que pululam nos noticiários e redes sociais a guinchar como símios, embora se comportem como ratos e ratas de esgoto que comem toda a porcaria que lhes aparece pela frente, com suas máscaras jogadas nas ruas e depois acham que mais gente poderia suportar a sua sujeira. Seguramente vão desfalecer com seus discursinhos nauseantes.

As preocupações dos sensatos de médio e longo prazo, articulam respeito na ciência e aos efeitos econômicos das medidas de distanciamento e dos impactos sobre a saúde mental das pessoas que precisam trabalhar. Pois a ansiedade pelo medo da doença soma-se os efeitos de uma quarentena indeterminada que nunca acaba. Enfim, mansidão com respeito às normas sanitárias é o que importa na vida que segue. No demais, os médicos cuidam disso. O resto é histeria coletiva.

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