Diálogo – 21/11/2020

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O sonho da Ana e da Eva

Dos sete candidatos a prefeito, duas eram mulheres, pois não é que elas venceram lindamente as pretensões masculinas de governar nossa cidade. Eu Já desconfiava que elas seriam as mimosas das urnas sob o manto da justiça pela democracia por outra grande mulher, a juíza Carmen Lúcia da Fontoura. A Mari, o reconhecimento do seu valor. A Ana, a altivez em tamanha vitória. Pena que nos focamos demais nos candidatos a prefeito e nos esquecemos da Câmara de Vereadores. Felizmente, as duas vereadoras escolhidas são gigantes nas asas da liberdade e da justiça social que as mulheres da periferia tanto cantam e ninguém escuta.

Para a vereadora Maria Helena, a renovação da sua procuração, mostrou que ela estava certa nos desígnios das leis que tanto preza em favor dos injustiçados. Mas a eleição da Simplesmente Eva foi um poema do amor pelos outros, sonho inocente de uma pessoa pura e doce. Já a eleição da Delegada Ana Tarouco foi uma missão como numa diligência, não só para ela, mas como para todos os santanenses como num sonho que nos mostra o caminho.

Temos uma origem heroica de lutas nessa fronteira, e a Ana enfrentou uma batalha dura de 45 dias contra tudo e contra todos num sistema político onde só os homens reinavam. A força de vontade dela para mudar nossa política, talvez esteja na vontade de uma das padroeiras da nossa cidade, a Santa Ana, avó de Jesus. Tudo foi muito intuitivo, próprio de quem tem útero para gerar a vida. Os tempos são difíceis, a pandemia está aí a requerer cuidados que só as mulheres têm para com a existência, dela e da prole que habita.

Tomara que os vereadores tenham juízo em não quererem politizar demais a salvação política, econômica e social da nossa cidade, simplesmente por capricho, pessoal ou ideológico, que se darão muito mal. A Ana veio como um farol a iluminar nosso caminho, e que quem quiser apagar esse farol vai pagar caro. Os santanenses não toleram mais a política de baixo nível. Livramento está muito machucada, e quando tem uma dor muito forte, temos que fazer a viagem mais difícil que existe, a viagem para dentro do coração. E talvez, tirar da cabeça o que não nos sai da alma.  Os homens se projetam nos seus sonhos e como numa mandala são difíceis de executar. Porém, como lágrimas não cristalizam, não é impossível de desenhar a nossa prosperidade mesmo diante de um destino cinzento.

A eleição terminou, nos trouxe lições próprias que o ego custa entender, mas que certamente revela que quando não há felicidade, o sonho do oprimido é ser opressor, então, os fortes foram oprimidos nas urnas. Sobrou para nós homens, mimar com flores perfumadas do campo essas mulheres. Que as padroeiras da nossa cidade nos embale no nosso direito de sonhar!

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