Diálogo – 15/05/2021

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Palestina

De lá veio meu avô materno em 1914, um pioneiro na região. Hoje vivem perto de 2.000 palestinos em Livramento. A palavra Palestina quer dizer A Terra dos Filisteus. Chamava-se, também, A Terra de Canaã, A Terra da Promissão, A Terra Santa. Em todo mundo, considera-se a Palestina a pátria dos israelitas e dos judeus. Meu avô chorava cada vez que a Intifada (rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia) tinha que se defender da violência da dominação sufocante dos israelitas.  Na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas. Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para palestinos e israelenses. Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza, reivindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado em 1967. Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.

Na Palestina. Estudos genéticos mostram que têm ascendência principalmente levantina, semelhante à dos judeus, turcos, libaneses, egípcios, armênios e iranianos. Na região que inclui Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, em 2004, os árabes palestinos constituíam 49% de todos os habitantes, alguns dos quais são classificados como deslocados internamente, isto é, dentro da Palestina histórica.

Com o surgimento do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois conquistada pelas cruzadas europeias. Em 1516, estabeleceu-se o domínio turco, que durou até a Primeira Guerra Mundial, quando o mandato britânico foi imposto. A Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina disse em seu relatório à Assembleia Geral em 3 de setembro de 1947 que as razões para estabelecer um Estado judeu no Oriente Médio eram baseados em “argumentos com base em fontes bíblicas e históricas”, na Declaração de Balfour de 1917 – em que o governo britânico se pôs favorável a um “lar nacional” para os judeus na Palestina – e no mandato britânico na Palestina. Reconheceu-se a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a constituição de um Estado judeu na região. Após o Holocausto nazista contra milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado judeu.

A Assembleia Geral aprovou um plano de partilha da Palestina, que recomendou a criação de um Estado árabe independente e um Estado judeu e um regime especial para Jerusalém. O plano foi aceito pelos israelenses mas não pelos árabes, que o viam como uma perda de seu território. Por isso, nunca foi implementado. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital, mas Israel discorda. Então, ficou esse dilema horrível para a ONU que nunca resolveu.

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