Diálogo – 13/11/2020

0
708

Boa sorte Livramento

Povo é partícipe da lei. É o cérebro, o músculo, o nervo vivo que encarna os descarnados ossos textuais e os põe vivos a agirem em prol da vida da comunidade em que vive. Desde 12 de maio de 1857, três meses depois de Sant’Ana do Livramento ter sido elevada à categoria de vila pela lei 351de 02/57, houve uma eleição para a Câmara Municipal. Reunida a Mesa Paroquial na Igreja Matriz, procedeu-se à votação. Após a eleição dos vereadores, foi a Câmara Municipal instalada no dia 29 de junho de 1857 pelo cidadão Mathias Teixeira, Presidente da Câmara de Alegrete, vindo especialmente para o importante evento. Foram eleitos os seguintes vereadores: Francisco Maciel de Oliveira, Bernardino Gonzaga de Souza, Antonio Soares Coelho, Firmino Cavalheiro de Oliveira, Thomas Rodrigues Pereira, Domingos Gomes Martins e Manoel José de Menezes. Entretanto, o Dr. Thomaz Rodrigues Pereira, participou por ofício que não compareceria para tomar posse do cargo, por entender que não o podia exercer em virtude da lei, que exigia pelo menos dois anos de residência no lugar. Para substituí-lo foi convocado o primeiro suplente: Israel Rodrigues do Amaral, que ficou como titular. Tão logo foi instalada a Câmara trataram os vereadores de elaboração de um relatório das necessidades da vila, a fim de ser apresentado à Assembleia Legislativa Provincial documento que se constitui em peça de real valor, porque retrata Sant’Ana do Livramento naqueles anos. Dentre as principais demandas do então relatório, citamos a principal da época:

Ilmº. E Exmo Sr.

A Câmara Municipal desta vila de Sant’Ana do Livramento tendo de enviar a V. Ex. a exposição das necessidades de seu nascente município como lhe é prescrito pela lei, a fim de ser presente à Assembleia Legislativa Provincial, na sessão passada a cumprir esse dever, expondo algumas das mais urgentes necessidades… RENDAS – O maior obstáculo, com que a Câmara desde já tem infalivelmente de lutar, é a falta de meios atenta a exiguidade de suas rendas, ante o qual tem de naufragar os melhores projetos, as melhores intenções. Pelo orçamento da receita e despesa, ora confeccionado para o ano financeiro de 1º/07/58 a 30/06/59 se vê que a despesa indispensável, e da qual não se pode subtrair, monta a 4.009$520 réis, no entanto que a receita com a qual seguramente se conta em razão da paralisação, ou definhamento do comércio, a muito custo poderá chegar a 3.319$000 réis; logo é óbvio que terá de aparecer um déficit…

Passados 163 anos aqui estamos de novo diante dos mesmos problemas: o déficit.  Contudo, tomados de esperança e confiança. As ideias e projetos se perderam na ufania santanense de frente com a realidade financeira que nos travou. Com pandemia os esforços terão que ser extraordinários. Teremos que cortar na carne, inclusive no repasse para a câmara, secretarias e salários dos políticos, um tanto altos para a nossa realidade econômica. Com isso, teremos algum recurso para a assistência social. Que a nossa padroeira nos proteja em nossas escolhas!

Deixe um comentário


Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266