Diálogo – 12/12/2020
Um vírus da discórdia
Não bastasse o desentendimento dos políticos, o coronavírus também está gerando discussões: basta tu dizer que há uma certa histeria e já te acusam de gado do Bolsonaro. Estamos todos errados com nossa intolerância de ouvir os outros. Essa doença vai deixar todos nós mergulhados numa solidão. Os cientistas sabem que essa doença vai chegar em todos as pessoas, muitos nem vão saber que hospedaram o vírus e que só vai escapar quem for autoimune a ele, coisa que ninguém sabe. A OMS e autoridades estão só tentando alongar a curva de pique das contaminações para não colapsar os sistemas de saúde dos países, ou seja, retardá-la. Enquanto fabricam e distribuem as vacinas, vamos colaborar com o recolhimento sem medo, cuidar da alimentação saudável e principalmente do humor pois só os governos sairão lucrando com isso pelo recuo do déficit previdenciário.
Enquanto Bolsonaro vacila, Dória quebra a ordem federativa numa catarse nacional. Quem tem razão não sei, sei que é chegada a hora de prestarmos atenção ao método da imprensa. É famosa a citação segundo a qual Shakespeare diria que há método mesmo na loucura. Vivemos hoje um momento em que há método, mesmo na estupidez. Afinal, o velho bom jornalismo foi substituído por empresas de show de notícias. Estamos vivendo uma mudança de época profunda na história mundial, onde sanitariamente pode ser comparada aquelas que ocorreu na década de 1918 com a gripe espanhola. Não sejamos limitados com essa pandemia, acatando opiniões sobre a gestão da pandemia local ou mundial. Estamos todos nervosos e perdidos diante da insegurança dos políticos, contudo, eles vão achar a saída se todo mundo se acalmar e colaborar.
O DNA desta crise sanitária produz definhamento social, a nossa saída é ver o mínimo possível do telejornalismo a respeito, pois o sensacionalismo que ele provoca é meramente corporativo e tendencioso, preocupado somente com audiência, nunca com o bem-estar de todos. Observem as chamadas dos telejornais, tudo rumor maquiado da verdade. Jogam político contra político em frases tiradas de contextos e interpretadas por eles a provocar um sensacionalismo que não nos leva nada, além da angustia e preocupações desnecessárias.
As denúncias de que o vírus seria de laboratório está comprovado que não. Culpar a China é agora irrelevante diante do perigo dessa mini seleção da espécie humana, hora em curso, que enfrentamos atônicos, inclusive com muitos políticos negacionistas, os quais, temos que dar um desconto por conta da governabilidade econômica. Isso também ocorreu quando as farmacêuticas falharam na prevenção de epidemias de HIV em 1981. Toda humanidade está errada, não adianta culpar uns aos outros. A natureza é implacável quando interferimos na biodiversidade. Mas isso podemos resolver com ciência e inteligência, nunca com o pior dos vírus: a discórdia, seja de homem contra homem ou de nação contra nação.
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