Diálogo – 03/10/2020

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A coivara e os militares

Todo mundo criticando o discurso do Bolsonaro na ONU porque culpou em parte os índios e caboclos pelos incêndios no pantanal e Amazônia. O pior é que em parte ele tem razão. Basta recordar os livros de história escolares que está lá: coivara. É um amontoado de galhos de árvores e arbustos que são separados para se atear fogo, trata-se de uma técnica agrícola tradicional utilizada em comunidades tradicionais como quilombolas, indígenas, caiçaras, ribeirinhas e até grandes fazendeiros desde de sempre no Brasil. Os índios muito praticaram isso tanto para caça para encurralar a presa como para as roças, a qual quando a terra não produzia quase mandioca, era abandonada e abriam outra clareira para a roça colocando fogo.

A coivara é também conhecida como agricultura de corte e queima. É uma técnica utilizada por milhões de pessoas ao redor do mundo. Acontece, principalmente, nas áreas de florestas tropicais. Enquanto muitos especialistas afirmam que a coivara é uma técnica agrícola rudimentar que gera o esgotamento do solo de forma rápida, exigindo descansos que podem chegar até 12 anos; outros defendem que ela pode conservar florestas. Ou seja, essa técnica pode trazer impactos negativos ao solo, à biodiversidade e à atmosfera. Mas, além disso, a coivara pode também causar prejuízos econômicos para o agricultor. Como, por exemplo, as consequências geradas pelo fogo acidental. Sem contar o impacto social da fumaça gerada pela queimada, que pode afetar diretamente a saúde pública.

Pelo certo ou errado, o governo erra na proteção de manguezais e restingas com o Conama. Precisamos corrigir esses erros ambiológicos com informação, tecnologia e financiamento. Nunca culpar os que quererem colonizar e produzir alimentos e riqueza para o Brasil, afinal, se temos uma mesa farta é pela nossa produção agropastoril desbravadora. O discurso uniformizado anti-brasil é liderado sim por muitos interesses o que não é dos brasileiros, tanto que o rei da Noruega Harold V esteve no Brasil, sigilosamente, em abril de 2013 e passou quatro dias numa comunidade ianomâmi na Amazônia. Lembro que quando os militares estabeleceram as 250 milhas como área marítima brasileira, foi uma gritaria geral contra, hoje não nem teríamos poços de petróleo lá, pois seriam águas internacionais. Temos que ocupar a Amazônia com nossos pioneiros ou ela será ocupada muito em breve por estrangeiros com o leme das leis internacionais por países que já não tem mais terras para a segurança alimentar deles. Os militares têm razão sim: selva!

CONTRADIÇÕES NAS AMÉRICAS

O regime autocrático que começou a ser implantado na Venezuela na virada do século talvez seja o que mais teve o apoio de gente boazinha na história das américas. Hollywood achava Hugo Chávez uma graça e Oliver Stone e Sean Pen foram lá beijar a mão do Hugo Chaves. Na semana passada FHC encabeçou a lista de ex-chanceleres que condenaram visita do Secretário de Estado americano ao Brasil para colocar pressão em Maduro. FHC foi o salvador de Chávez, quando o ditador havia sido retirado do poder pelos militares. Todos têm culpa pelo flagelo da emigração em massa dos venezuelana. Até o Bolsonaro arrastou as asinhas para o colega de farda Hugo Chávez quando da chegada ao poder em 1999. A lição: todos nos enganamos com os políticos.

 

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