Diálogo

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Nossa certidão de nascimento

 

Tudo iniciou com a chegada da 2ª Divisão do Exército Imperial ao Ibirapuitã a partir de 30 de setembro de 1810 sob comando geral de D. Diogo de Sousa, liderada pelo Marechal de Campo de Infantaria Joaquim Xavier Curado com 1.109 homens e mais suas famílias. Ali, naquele ponto, algumas famílias de militares e vários paisanos formaram uma pequena aldeia. Eram eles os primeiros povoadores da futura Colônia com a finalidade de resguardar a conquista das Missões ocupadas em 1801. Chamou-se de início “Acampamento São Diogo”, nos campos da fazenda de São Diogo, hoje propriedade do santanense Rodolfo Cunha.

O acampamento de São Diogo serviu de base de operações de um destacamento ao comando do Capitão José de Abreu, que expulsou os artiguistas várias vezes da região, área reclamada por Artigas para o Uruguay. É naquele povoado perdido em terras perigosas onde castelhanos sempre passariam por ali a caminho das Missões. Resistiram com fé numa capelinha simples, contendo os seus humildes adornos como a riqueza maior para proteger as mais de 40 famílias.

Quando o marechal Curado partiu para a campanha da Cisplatina em 1811, contava aqui com mais de 2.000 homens que tinham ficado no acampamento no aguardo de ordens do Coronel João de Deus Mena Barreto que tinha organizado, por ordem de D. Diogo de Sousa, um novo regimento de milícias. E em 09 de novembro de 1810, o Marechal Curado, em ofício comunica ao Governador da Capitania D. Diogo de Sousa a instalação do acampamento sob o nome de São Diogo, no lugar determinado pelo “Plano de Organização Militar da Capitania de São Pedro”. Um local previamente escolhido pelo Marechal Patrício Corrêa da Câmara e seu ajudante Cel. Manoel de Marques de Souza.

Conforme mapa do acampamento havia uma capelinha de pau-a-pique barreada como os demais ranchos, armazém e hospital improvisado. A casa da pólvora fora construída com o basalto em grandes blocos perto da cachoeira e de uma picada do mesmo nome de São Diogo. A primeira missa solene para benzer a terra e os homens que iriam habitá-la, como era de costume na época, teria sido rezada pela chegada dos capelães da Legião de São Paulo, José Luiz de Castro Manziler e o ajudante Antônio José Lésa, pois o capelão dos Dragões Imperiais do Rio Pardo, Vicente Pereira Fortes, havia desaparecido e sequer chegado ao acampamento.

De acordo a Ivo Caggiani, o lugar era muito inóspito, diversos pedidos em requerimento foram endereçados ao sesmeiro Antônio José de Menezes e também assinado por vários proprietários. O Vigário Geral interino, João Batista Leite de Oliveira Salgado, concedeu a licença requerida para a edificação no local atual, a construção da nova Capela Nossa Senhora do Livramento no dia 30 de julho de 1823, agora não mais nas terras da Sesmaria de José Pinheiro de Novilhar, mas em nova área doada pelo seu fundador Antônio José de Menezes e outros moradores, data essa sancionada como fundação oficial de Sant’Ana do Livramento. A Capela Nossa Senhora do Livramento, talvez por exigência dos moradores da então chamada “Caixa de Serros de Santana” tomou, mais tarde, o nome de Santa Anna do Livramento, ficando com dois Oragos.

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