A Santa Casa nos chama
Os santanenses têm vivido tempos muito difíceis de sofrimentos e dificuldades de toda ordem e aflição ano após ano com o nosso Hospital. Todo mundo tem um acho isso, acho aquilo, mas a verdade mesmo, é que a diretora Leda Marisa, deu uma sacudida em todos nós na terça-feira, 28 de junho, quando da reunião solicitada pela Comissão de Saúde para falar sobre a situação do Hospital Santa Casa de Misericórdia e suas condições de trabalho prestado a comunidade. Da mesa diretora da câmara ela desabafou: a baixa remuneração para serviços prestados ao SUS com déficit é crescente e alarmante, causando até demissões de profissionais por passarem por dificuldade financeiras. Isso é grave, e requer providências antes que a Santa Casa entre em colapso em definitivo.
O tempo de recursos consideráveis do Ministério da Saúde durante a pandemia pelo MAC, recebimento pelo teto nos atendimentos de média e alta complexidade findou com o desativamento do estado de emergência nacional da pandemia. Agora, a fratura foi exposta novamente, trauma de doença mal curada: a saúde da Santa Casa.
Não são tempos de buscar culpados. São tempos de união. Muito menos de contar historinhas de sucesso de outros hospitais. São tempos de se remangar e trabalhar unidos pela vida da Santa Casa, e a nossa, tão complicada com “ambulanciaterapia”.
Como cidadão, me atrevo a pedir que precisamos convocar as lideranças empresariais, políticas e de saúde desta cidade para tratarmos de um plano de ação para a Santa Casa. Tratar deste um quadro profissional científico estável com salários de mercado numa folha de pagamento fixo, dentro das especialidades reais atendidas até um plano operacional mínimo de hospital pequeno, ao menos como começo num futuro pretérito. Daí sim, planejar o custo real para partirmos em busca de recursos em muitas pontas: De contribuição mensal a uma lei que cubra o básico da despesa com taxa de saúde para o hospital. Enfim, muitas ideias concretas podem sair de uma reunião dessas. Temos que montar o tamanho certo da “equipe perfeita” alinhada com os dados de tráfego de pacientes previstos. Otimização do trabalho que atribua tarefas através das equipes em escala. Visualização dinâmica, controle das atividades planejadas, feriados, doença, horas extras e alertas de incumprimento de leis trabalhistas, bem como dinamizar e economizar custos. Claro, tudo sugestão, já que criticar é muito fácil.
Elementos humanos, materiais e instrumentais, somam-se para oportunizar ao homem melhor e maior qualidade de vida. Dessa necessidade nasceu a Santa Casa de Misericórdia de S’Livramento. A história começou… e agora se repete! Em 1889, quando éramos em torno de seis mil habitantes, já funcionava a Sociedade Beneficente Municipal. A diretoria naquele tempo, presidida pelo Dr. Agostinho da Silva Campos, decidiu propor que, aos sábados, uma moça da sociedade fosse convidada a sair à rua, pedir auxílios financeiros nas residências, com a finalidade de angariar fundos em benefício da construção de um Hospital. Esse movimento levou o nome de “Sacola de Caridade”. Quatorze anos depois, era inaugurado em 20 de setembro de 1903. Pois agora, fomos chamados a repetir essa história. Se eles conseguiram, nós conseguiremos!
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