Imortal esperança na Academia Santanense de Letras
Na linda cerimônia dos novos confrades no dia 20 de maio de 2022 na Academia Santanense de Letras com Antonio Garin, Jonas Fortes, Maria Tereza, Tânia Alegria, Tanise Peres e o Wilson das Virgens, pensei como nestes últimos anos tudo mudou devido a pandemia. Tudo fugaz e transitório… já não se podem fazer previsões a médio e a longo porque vivemos a prazo incerto… sem garantias de nada, quanto mais por cultura, pois empobrecemos mesmo trabalhando. A vida hoje está desvalorizada e sem sentido devidos as novas tecnologias, tudo no mundo cultural mudou para pior. Quando estamos em silêncio, somos quem éramos antes de assumirmos esta forma mental a que chamamos de leitor.
A Academia possui 40 cadeiras, o atual presidente é a confrade Vera Machado. No Art. 1º – A Academia Santanense de Letras, fundada em 28 de setembro de1995, foi declarada de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº. 3923 de 30 de dezembro de 1998, e está regida por um Estatuto que tem por fim e objetivo primeiro, a cultura e o aprimoramento do idioma nacional e: a) coligir dados biobibliográficos dos autores santanenses, regionais e estaduais, visando resgatar e preservar sua memória e tornar suas obras mais conhecidas; b) promover atividades culturais que assegurem a expansão e o fortalecimento da cultura santanense e regional; c) incentivar a pesquisa e a produção literárias, instituindo e conferindo prêmios; d) colaborar com o Poder Público no que condiga com o desenvolvimento cultural de Sant’Ana do Livramento; e) manter intercâmbio cultural com instituições congêneres. Ela possui um Centro de Pesquisa Literária que tem por objetivos desenvolver pesquisas que possam construir novos conhecimentos literários, contribuir com a formação de leitores e escritores, com a popularização de obras, autores e técnicas textuais, assim como estimular as interfaces da literatura com outras formas de arte. Possui uma biblioteca, onde ali, escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem fazer ruído.
E nesse grito, as academias de letras, em especial a Academia Santanense de Letras, não calaram. Seguiram vigilantes, lutando como soldados armados com lápis, PC e livros por um sonho coletivo que nos una na esperança do saber incondicional. Num discurso do Pablo Neruda ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, resumiu bem a insônia de um escritor latino: “É preciso atravessar a solidão e a aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico no qual podemos dançar torpemente ou cantar com melancolia: mas nesta dança ou nesta canção estão consumados os mais antigos ritos da consciência, da consciência de ser homens e de crer num destino comum. Herdamos a vida dilacerada dos povos que arrastam um castigo de séculos, os povos mais edênicos, os mais puros, aqueles que construíram com pedras e metais torres milagrosas, joias de fulgor deslumbrante; povos que de repente foram arrasados e emudecidos pelas épocas terríveis do colonialismo que ainda existe. Nossas estrelas primordiais são a luta e a esperança. ”
Que os novos confrades se sintam como pássaros, onde o céu é a academia e os santanenses os anjos que os conduza as mais belas palavras de vida.
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