A guerra que não se vê
Putin é um oligarca conservador, batizado escondido do pai por ser comunista, sua Rússia tem o 2º maior exército e a maior força nuclear do planeta, podendo destruir a Terra 16 vezes. Como a 11ª economia do mundo, líder em energia, milho, cibernética, foi beneficiado com o aquecimento global onde se tornou o maior produtor de trigo do mundo em terras onde eram só gelo. Mesmo que o Ocidente aplique sanções, sabe que no médio prazo o Ocidente baterá à sua porta à procura de acordos, palavras de Medvedev, ex-presidente russo. Essa é a essência do pensamento em Moscou, não importa o que fazem, o Ocidente sempre desculpará.
Escrevo observando os especialistas não ocidentais porque os da TV só replicam a visão americana da geopolítica. As 2 novas “repúblicas”, Donetsk e Luhansk, que a Rússia reconheceu como independentes e está dentro agora, é um processo complexo de resolver porque afeta a história russa. Disse Putin: “O maior adversário da OTAN é a Rússia e a OTAN está usando a Ucrânia como plataforma para nos atacar”. Putin enumerou todos os motivos pelos quais considerou uma “falha histórica” a saída da Ucrânia da esfera de influência de Moscou e União Soviética. Disse que a corrupção ucraniana destruiu o que Lenin construiu.
Pelo rumo que o discurso do Putin tomou redundou das regiões separatistas na região de Donbas da Ucrânia. A grande pergunta que o Ocidente se faz, é como puderam deixar um saudosista ressentido da URSS se firmar no poder com tamanho brinquedinho de guerra, cuja providencia com sanções, que aliás, não funcionaram nem Cuba e Venezuela aqui do lado, imagina com a Rússia. Dizem os analistas que Putin é um aristocrata com toda uma elite ao seu lado, onde os filhos estudam na Suíça e compra imóveis em Londres. Acreditam que afogando as finanças da elite que o mantém e inundando a Rússia com contrainformação de hackers a minar a credibilidade dele com povo, talvez consigam demovê-lo do poder. Só que Putin é um estrategista inteligente incomum, e que vem planejando isso há muitos anos.
Quanto ao Brasil nesta história, fiquei triste ao ver tanta bobagem escrita pelo “jornalismo militante” sobre a visita do Bolsonaro à Rússia, pois sabemos, que a relação Brasil-Rússia foi prioridade do Brasil nas últimas duas décadas, como o BRICS. FHC, Lula, Dilma e Temer também visitaram Putin, com quem tinham boa relação. Bolsonaro foi solidário com o Putin como homem num dilema monumental de guerra. Não apoiou em nenhum momento uma invasão da Rússia à Ucrânia, ao contrário, disse que admirava todos os que lutavam por paz. O jogo é outro, é o da geopolítica, um ultimato russo à OTAN. Documentos Xi-Putin indicam: o Ocidente está prestes a perder, além da liderança econômica, o papel de guardião da democracia e da própria ordem liberal. Pequim e Moscou desafiam o ocidente num novo conceito sem nações ocidentais superiores. Isso sim é a grande guerra que não se vê, a de perda de hegemonia no planeta pelos mesmos que sempre empobreceram os povos com a nefasta política do FMI. Agora só Deus para comover os sensatos: uma guerra mundial.
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