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Terra de ninguém

A queda gradativa no número de passageiros, o que acarreta redução da arrecadação, somada à necessidade de atender a exigências legais, já levou ao fechamento de 73 rodoviárias no Estado, umas por desistência dos administradores, outras por falta de autorização e mais de 200 estão sendo regularizadas. Este processo de concessão de estações rodoviárias pelo sistema estadual de transporte público intermunicipal de passageiros vem de longo curso, cuja finalidade é de manter a eficácia, eficiência e atualização de suas diretrizes e garantir a viabilidade das concessões, cuja fiscalização dos serviços é exercida pelo DAER, com base nas informações disponibilizadas pelas Unidades de Controle Operacional.

Pois bem, como se sabe, uma concessão desse serviço não dá direito a herdeiros e os donos da nossa rodoviária tiveram que enfrentar uma nova licitação. O resultado foi que o critério privilegiou apenas interesses econômicos e de localização fora do perímetro urbano, sem levar em conta a capacidade das instalações e conforto existente dos passageiros, ficando essa falha em aberto na transição de direitos do explorador do serviço num prazo de dois anos escondendo critérios nebulosos sem sabemos para quem. O resultado é o que viu: iniquidade que revoltou os santanenses.

Claro que não é justo tamanha injustiça para com queridos proprietários da empresa santanense. E nós nos sentimos como habitante em terras de ninguém, onde de repente chegam estranhos e modificam nosso hábito de embarcar e desembarcar num lugar de tantas despedidas e chagadas que nos enterneceram. Lembro da D. Cacilda Lezama quando assumiu a direção da Rodoviária no lugar do seu falecido marido nos anos 1960. Era menino quando ela visitava meus pais quando morávamos a uma quadra da empresa que funcionava na Silveira Martins, esquina com a Vasco Alves, diagonal ao então Bar Azul, naquele conjunto tradicional de prédios. Dali, se mudou para o atual lugar sempre batalhando para que seu legado chegasse aos filhos com o nível de atendimento que tanto estimamos. Só que a cidade cresceu, os carros ficaram enormes para o espaço, o progresso engoliu tamanho trabalho da vida inteira desta querida família enquanto as leis se modificavam, nos transformando em reféns de um sistema como em terras de ninguém.

Agora somos chamados, sem demagogia partidária, para nos unir, comunidade e políticos a nos posicionar energicamente e judicialmente, por tamanha falha numa licitação que excluiu segurança, mobilidade, intempérie, higiene, a memória e principalmente o desrespeito para com nossa comunidade, sem levar em conta a prestação de serviços condizentes como própria lei exige.

Vamos juntos mostrar cara feia para estes tecnocratas do DAER e governo estadual que aqui não é terra de ninguém, que aqui tem dono: os santanenses.

 

FRONTEIRA DA PAZ SUSTENTÁVEL

Lindo de ver a Prefeita e Vereadores com o Intendente de Rivera e Edis com os responsáveis técnicos do Projeto que consolida a COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS na fronteira. É o eixo ATLÂNTICO com o objetivo de promover a inclusão social inovadora atingindo as classes mais desfavorecidas, constituída pela população que trabalha informalmente no recolhimento de resíduos sólidos urbanos. O projeto visa injetar 1 milhão de euros na economia fronteiriça.

 

 

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