Como as instituições de ensino superior estão organizando a retomada das atividades curriculares

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Essa semana, a reportagem do Correio do Pampa conversou com os diretores e coordenadores de algumas instituições de ensino superior da cidade, a fim de saber como está sendo a retomada gradual das atividades presenciais. Foram entrevistados os coordenadores dos polos de EAD e das universidades as quais obtivemos retorno.

Celso Gonçalves

Diretor do IFSul

 De acordo com Celso Gonçalves, o campus de Livramento, desde março de 2020, interrompeu os trabalhos de forma presencial. A partir daí, as reitorias dos 14 campus começaram a construir uma retomada de atividades não presenciais, com aulas remotas, sendo implementadas gradativamente, com lives e planos de ensinos diferentes para que alunos e professores se adaptassem.

“Oferecemos condições para que os alunos conseguissem acompanhar as aulas, com auxílio conectividade para que tivessem acesso à internet, aquisição de celulares via Receita Federal para os estudantes, auxílio compra de equipamentos, auxílios emergenciais, entre outros”, frisou.

As aulas até o momento estão sendo realizadas de forma remota, sendo que, para a retomada das atividades presenciais, o campus aplicará o plano de contingência já existente e os professores proporão aulas práticas para os estudantes, adotando todas as medidas protocolares. A partir de todo planejamento criado, o campus vem se preparando para a realização de atividades extraordinárias de forma presencial, as quais não compõem o calendário acadêmico.

Quanto as perspectivas para o futuro, Celso Gonçalves destaca que o IFSul pretende, a partir das atividades extraordinárias, criar uma segurança maior para a comunidade acadêmica, retornando, em 2022, com o calendário acadêmico de forma presencial, sempre adotando os protocolos de segurança. De acordo com o diretor do campus, a pandemia nos ensinou que as atividades remotas podem ser complementar às presenciais, porém, em se tratando de cursos técnicos não podemos abdicar das atividades presenciais.

“Para que em 2022 possamos colocar em prática estes planejamentos, precisamos estar cientes de que a pandemia estará controlada e o número de casos e óbitos em queda. Esse retorno também será avaliado por todas as direções gerais e conselhos dos campus, pois precisamos em primeiro lugar garantir a saúde de todos”, finalizou.

 Maria Drekener

Sócia dos polos Uninassau e Unina

 De acordo com Maria Drekener, as duas instituições são reconhecidas pelo Mec, com proporções diferentes, uma mais de interior e outra, em nível de Brasil, no caso da Uninassau.

“O estudo EAD cresceu muito com a pandemia, pois as pessoas tiveram a oportunidade de conhecer o estudo à distância e de se adaptar positivamente com os horários e demais atividades, pois o ensino à distância permite essa flexibilidade nos horários”, pontuou.

Maria Drekener explicou que para ambos os polos, a pandemia foi muito bem enfrentada, e a retomada dos trabalhos vem acontecendo de forma lenta, já retomando a oferta dos cursos e a organização dos trabalhos presenciais.

“Existe uma portaria, válida até o fim do ano, que se refere às faculdades e refere-se à não obrigatoriedade de os alunos irem até os polos para realização das provas presenciais, as quais também podem ser feitas no formato EAD”, destacou.

Os polos Uninassau e Unina sofreram alguns entraves com a pandemia, principalmente referente ao espaço físico e o número de alunos por aula.

Sobre o futuro, Maria destacou que as pessoas estão se adaptando ao “novo normal”, “as atividades estão voltando, e as pessoas, durante a pandemia, viram a importância de ter uma qualificação. O ensino EAD profissional é uma alternativa que veio sim para ficar, pois auxiliar principalmente, àquelas pessoas que estudam e trabalham, porém, quanto aos níveis fundamental e médio, ainda acho que o presencial é a melhor forma de ensino e aprendizagem”, finalizou.

Darinni Moreira Machado

Coordenadora do Polo Anhanguera

De acordo com Darinni Machado, com a pandemia, o polo precisou se adaptar às circunstâncias de cada momento e se reinventar em alguns processos, sem parar nunca, a fim de que os alunos não precisassem adiar seus estudos.

“O Home Office começou a fazer parte da nossa rotina desde março de 2020, quando nos adaptamos a novas plataformas online, desenvolvemos novas tecnologias e adaptamos as nossas aulas presenciais, por meio de uma reinvenção do time docente”, explicou.

Aos poucos, o polo foi retomando as atividades práticas dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, conforme as liberações dos Decretos Municipais e Estaduais e seguindo os protocolos de biossegurança da OMS. Atualmente, estão sendo retomadas as aulas teóricas presenciais, com encontro entre discentes e tutores toda semana.

Darinni Machado contou que, no início da pandemia, foi preciso prorrogar prazos, reorganizar aulas práticas, criar uma plataforma de prova digital e adaptar os Planos de Estágio Curricular, conforme as portarias e liberações do MEC. Mesmo com algumas restrições, o polo já realizou três formaturas, entre os mais variados cursos com adaptações, com as solenidades de colação de forma virtual e a entrega de diplomas em formato Drive Thru.

O Ensino à Distância, mais conhecido, hoje, por ensino remoto, já era realidade nas mais diversas cidades do nosso país, o que a pandemia nos trouxe, foi a antecipação desta realidade para as demais esferas da Educação. O time Anhanguera defende o EAD sério, responsável e de qualidade. Acreditamos que o EAD é uma possiblidade de democratização do acesso ao Ensino Superior que possibilita, a cidades como a nossa, as mais diversas possibilidades de formação”, finalizou.

Edelzia Maidana França

Coordenadora da UNIP Polo Livramento

A UNIP Polo Livramento é uma universidade a distância, porém, mesmo assim, a pandemia desestruturou o atendimento presencial feito pela secretaria do polo e pelos tutores, limitando-se ao atendimento virtual, serviços estes que já estão sendo disponibilizados, respeitando todos os protocolos.

Edelzia Maidana explicou que as aulas sempre foram na modalidade EAD. O entrave ocorreu na aplicação das provas que sempre foram presenciais e até o momento continuam online, na realização dos estágios por parte dos alunos, onde alguns cursos tiveram seu campo de atuação limitado e outros ofereceram novas alternativas para cumprimento de carga horária.

“A UNIP é pioneira no Ensino a Distância em nossa cidade, sendo assim já apostava no ensino remoto como realidade. E certamente a pandemia só solidificou este formato de ensino, que realmente veio para ficar”, finalizou.

Lorei Bopp Del Gaudio

Mantenedora do Polo da Universidade Cruzeiro do Sul Virtual

Lorei Bopp explicou que o polo da Cruzeiro do Sul Virtual está em atividade na cidade desde 05 de dezembro de 2019, e que a pandemia veio acelerar o número de interessados em ensino a distância pela segurança que o mesmo proporciona.

A mantenedora do polo contou que não houve entrave algum durante a pandemia, ao contrário, as pessoas resolveram investir em educação e estudar em casa, caracterizando o ensino a distância como um avanço que a tecnologia proporcionou em meio a pandemia.

“O título universitário é o mesmo que o presencial. A Cruzeiro do Sul Virtual expandiu no Brasil e no exterior e conta com mais de 1000 polos, temos a melhor nota do MEC e estamos no ranking internacional, em 1º lugar entre as universidades brasileiras com fins lucrativos; 64ª posição entre as IES Brasileiras e 155ª posição entre todas as universidades participantes da América Latina. Nossa Universidade também foi classificada entre as melhores Instituições de Ensino Superior do mundo com base nos indicadores associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)”, explanou.

Lorei Bopp finalizou dizendo que, dessa forma, a pandemia possibilitou que as pessoas pudessem estudar na universidade, com pequeno investimento, sem se deslocar.

Beatriz Dutra Silva

Coordenadora do Polo UAB

 A professora Beatriz Dutra explicou que o polo criou um planejamento sobre como se desenvolver durante a pandemia, trazendo uma nova visão e trabalhando conforme os decretos permitiam.

“O polo é um espaço que agrega os alunos, os professores, coordenadores e todas as atividades presenciais, e como estávamos limitados pela pandemia, em 2020 desenvolvemos lives e reuniões online, desenvolvemos pesquisas virtuais, palestras, entre outras ações que nos permitiu agregar estes alunos”, discorreu.

Em 2021, o polo criou o Conselho Universitário do Polo, traçando metas, realizando webinário, jornada acadêmica entre outras atividades, seguindo os protocolos. Durante a pandemia, o polo conseguiu, seguindo os protocolos, realizar vestibular, início de 04 novos cursos de graduação e a formatura de alguns cursos.

No dia 23 de agosto, o polo retomou apenas as atividades de atendimento, prestando orientação aos estudantes, fornecendo laboratório e internet para quem precisar.

“As aulas continuam de forma remota, seguimos prestando apoio a todos os grupos de alunos através das mídias do polo. Conseguimos nos adaptar aos novos tempos, mas claro que sofremos muito com a pandemia, assim como todas as instituições de ensino”, finalizou.

Alexandre Vicentine Xavier

Diretor da Unipampa Campus Livramento

 De acordo com o professor Dr. Alexandre Vicentine, a Unipampa, tão logo iniciou o aumento de casos, suspendeu as atividades de ensino, por tempo indeterminado, aprovando a resolução das Atividades de Ensino Remoto, para que todas atividades de ensino e administrativas fossem realizadas de forma remota, até o momento.

A retomada das atividades, primeiramente as administrativas, está marcada para o mês de novembro, o início das atividades de ensino está sendo discutido entre a universidade e os órgãos de saúde, a fim de avaliar se existem condições sanitárias para o retorno seguro.

“As aulas ainda estão sendo realizadas de forma remota. Tivemos algumas dificuldades para nos adaptarmos ao novo normal, mas o campus de Livramento realizou diversos cursos de formação para docentes e técnicos administrativos, para que fosse possível o atendimento ao público e as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em nenhum momento a Universidade suspendeu as suas atividades, deixamos de atender de forma presencial, continuando de forma remota”, explanou.

Alexandre Vicentine destaca que, há um entendimento para as universidades, que o ensino remoto não tem a mesma qualidade e troca de experiências entre alunos, docentes e pesquisadores, pois os projetos pedagógicos são projetados para o ensino presencial, com atividades práticas.

“A atividade remota traz um certo custo em equipamentos para que se ofereça um serviço de qualidade, dessa forma, entendemos que ainda não é o momento de se discutir uma transformação do ensino superior presencial para o remoto. Para a realização de reuniões, a forma online é muito boa, principalmente pela redução de custos, mas para o ensino ainda não é o momento”, finalizou.

 César Vinicius Andrade de Araújo

Gestor e consultor de carreiras da FAEL

 Cesar Vinicios destacou que a pandemia foi um desafio para todos diante do contexto enfrentado, aprendendo muito diante dos desafios a se reinventar e crescer. Como praticamente todas as aulas são 100% online, a adaptação foi necessária apenas para aplicação de provas e trabalhos, dando oportunidade para o aluno dentro desse contexto não perder o conteúdo e nem a prática. “Investimos muito em lives e melhoramos nosso canal de atendimento para estar mais perto do nosso aluno mesmo à distância. Fizemos entrega de livros estilo drive thru com mensagem de esperança e aproveitamos a oportunidade para ajudar diversas famílias carentes com a doação de alimentos não perecíveis”, frisou.

As aulas da Fael são realizadas 100% online, facilitando a adaptação de estudos à rotina, com apresentação de até duas disciplinas por mês a apoio aos estudantes sempre que necessário. Além disso, na plataforma de estudo o aluno conta com acesso ao professor, um fórum com alunos do Brasil e um canal de telefone com a central.

“Aprendemos a superar os desafios mesmo diante da situação que enfrentamos, fortalecendo ainda mais nosso trabalho na educação durante a pandemia. Nossas perspectivas para o futuro são grandes com a mudança para o prédio novo na Manduca Rodrigues estamos com muitos projetos para trazer novos cursos. O ensino a distância provou ser uma enorme possibilidade para que as pessoas não parem de se capacitar mesmo diante de uma pandemia”, finalizou.

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