200 ANOS DE ANITA GARIBALDI
Nos festejos da Semana Farroupilha o tema anual é a figura histórica da catarinense Anita Garibaldi. Guerreira, valente, uma mulher à frente de seu tempo. Há vários adjetivos para definir a personalidade de Anita. Ainda jovem, porém, abandonou uma vida caseira para se tornar protagonista na história do Brasil. Seu destino mudou depois que conheceu o italiano Giuseppe Garibaldi. Suas vidas se cruzaram de tal forma, que, hoje, é difícil falar de um sem citar o outro. Anita, foi o apelido dado pelo seu novo amor. Ela tinha 18 anos, ele 32. Ela acompanhou Giuseppe em suas lutas na Revolução Farroupilha, também no Uruguai e na Itália. E foi na terra do companheiro inseparável que a nossa heroína morreu, grávida de seis meses do quinto filho. As maiores demonstrações de bravura de Anita se deram durante a Revolução Farroupilha, entre 1835-1845. Além de estar sempre em combate, ela passou por todo tipo de privações. Teve de fugir várias vezes, cruzar rios e se esconder no mato. Mas, mesmo com tantos contratempos, nunca perdeu, logo após unir-se a Garibaldi, seu espirito de guerreira. É dessa época, de luta renhida, um dos mais apaixonados relatos que Garibaldi registrou em seu livro de memórias, que diz:” A minha Anita era meu tesouro, não menos fervorosa que eu pela sacrossanta causa do povo. Ela encarava as batalhas como brincadeiras e as privações da vida de campo como um passatempo”. Em outra passagem, ele descreve uma feroz batalha que ocorreu entre os adversários. O combate durara horas e muitos corpos amontoaram-se sobre o convés das embarcações dos farrapos: “Com o sabre em punho, Anita encorajava os nossos homens, um petardo de canhão a derrubou, juntamente, com dois de nossos combatentes. Saltei sobre o seu posto, tomado pelo temor de nada mais encontrar além de um cadáver. Ela, porém, reergueu-se sã e salva. Os dois homens estavam mortos. Roguei-lhe então que descesse até o porão. “Sim, irei mesmo até lá – disse-me ela-, mas para tirar de lá os poltrões que nele se esconderam”. Ela desceu e logo voltou, empurrando à sua frente dois ou três marujos, pejados por terem se mostrado menos valentes que uma mulher”. Porém, em 1842, a família Garibaldi deu início a uma longa jornada com destino a Montevideo, no Uruguai. Lá, em 1842, eles se casaram na Igreja. Em seguida, vieram três outros filhos. Com a prole para cuidar, Anita abandonou as lutas, deixando de acompanhar o marido em defesa do presidente uruguaio da ameaça de um golpe de Estado. A família foi abalada com a morte de sua filha de 2 anos de idade. Mesmo assim, o lado guerreiro de Anita falou mais alto. Ela decidiu participar da defesa de Montevideo como enfermeira da Legião Italiana, comandada por Garibaldi. Então, essa foi Anita Garibaldi, heroína de dois mundos, a guerreira silenciosa, mãe sofrida, amante apaixonada, mãe dedicada e excelente amazona.
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