Oposição com ‘presidenciáveis aglomerados’ nas ruas é ‘digna de dó’, diz Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou nesta segunda-feira, 13, os atos contra o governo ocorridos neste domingo, 12. A apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo afirmou que só uma minoria “digna de dó” foi às ruas e ainda ironizou a presença de presidenciáveis nos atos. “Viram em São Paulo, ontem, cinco presidenciáveis aglomerados?”, questionou Bolsonaro
Entre os cotados para disputar o Planalto em 2022, estiveram presentes na Avenida Paulista o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT); o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Porém, ao contrário do que o presidente costuma fazer, todos os presentes nos atos utilizavam máscara, seguindo a recomendação de autoridades sanitárias, exceto nos momentos de discursos. “Citaram questões pessoais. Não vão me tirar daqui com isso de jeito nenhum”, declarou Bolsonaro.
Foram registradas neste domingo, 12, manifestações contrárias ao governo em todo o país, mas com adesão bastante menor em comparação com 7 de setembro, como destacou mais cedo o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB). Os atos reuniram setores da direita que abandonaram o presidente, como o Movimento Brasil Livre (MBL), e algumas figuras da esquerda, mas parte desse campo resistiu a ir às ruas com ex-bolsonaristas.
Em outro descumprimento às recomendações de especialistas em saúde, o presidente ainda reforçou a apoiadores que não se vacinou contra a covid-19. “Eu não tomei a vacina e estou com 991 de nível de imunoglobulina G, o IgG, um marcador de anticorpos. Eu acho que peguei covid de novo e nem fiquei sabendo”, acrescentou aos presentes.
Discurso
De olho nas eleições de 2022, o presidente também resgatou alguns aspectos do discurso conservador que o alçou ao comando do país em 2018. Contrário ao politicamente correto, contou a apoiadores nesta segunda-feira “piadas” de cunho machista. “Todas as mulheres são torcedoras do Botafogo, não vou falar por quê”, afirmou, arrancado risos de simpatizantes. “O Brasil está chato. Você não pode contar uma piada. Eu só conto piada em círculo reduzindo e sabendo que ninguém está gravando”.
Bolsonaro ainda insistiu em sua retórica de que a inflação dos alimentos é culpa da política do “fique em casa” adotada por estados e municípios durante a pandemia, desprezando, mais uma vez, o efeito cambial do fenômeno e o impacto de questões políticas na alta do dólar.
“As coisas ruins não acontecem de uma hora para outra, a não ser um raio. O Estado é bonzinho, vai dar comida para você, tome isso, tome aquilo. Quando você ver, a água ferveu demais. É assim que começam os regimes de exceção e terminam da forma mais trágica possível, como da Venezuela”, declarou o chefe do Executivo, voltando a forçar comparações com o país vizinho. “Se o Brasil tiver aqui um caos, convulsão social, não vai ser diferente de Venezuela”.

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