Serviço de hemodiálise poderá ser interrompido em Livramento
Os pacientes que utilizam tratamento de hemodiálise foram pegos de surpresa essa semana com a notícia da interrupção dos serviços por parte da empresa Cardio Nefroclínica.
A notícia chegou à comunidade através de uma nota da Prefeitura Municipal informando que os serviços seguem até o dia 29 de setembro, prazo final do contrato, e que, após esta data, os pacientes seriam removidos para outras localidades.
Após, a Cardio Nefroclínica emitiu um comunicado falando sobre a iminência da interrupção do tratamento, explicando que não tem como arcar com o prejuízo gerado em função da falta de reajuste por parte do Sistema Único de Saúde, uma vez que recebe valor de R$194,20 por cada sessão, quando o custo para realizá-las chega a R$359,87.
Diante dos fatos, a reportagem entrou em contato com o secretário de Saúde Paulo Henrique Vargas, o qual informou que o Executivo Municipal não definiu as cidades referências para onde estes pacientes seriam levados, após o término do contrato, tampouco não possui os custos do tratamento fora do Município, uma vez que não recebeu do Estado a referência caso as hemodiálises não sejam realizadas em Livramento.
“Estamos trabalhando para manter a integridade dos pacientes, estudando todas as possibilidades para que não haja a interrupção do tratamento aqui na cidade”, frisou.
A Câmara Municipal de Vereadores, após reunião com o secretário de Saúde, divulgou uma nota prestando apoio irrestrito a todas as medidas que o Poder Executivo venha a tomar para garantir os direitos básicos à saúde pública e, principalmente aos pacientes que dependem do serviço de hemodiálise.
Cardio Nefroclínica explica situação do serviço de hemodiálise
Na tarde desta sexta-feira, o Dr. João José de Freitas, diretor da Cardio Nefroclínica, realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre o serviço de hemodiálise na cidade, explicando que, em janeiro deste ano, comunicou a Prefeitura Municipal sobre as dificuldades financeiras enfrentadas para tratar os pacientes, iniciando uma série de conversas com os membros do Executivo, haja vista que o contrato estava com o prazo prestes a expirar.
“Após várias tentativas, conseguimos uma audiência com a prefeita e sua equipe, ficando os mesmos dispostos a encontrar uma solução, porém sem respostas até o momento da divulgação da nota oficial”, pontuou.
O Dr. João José de Freitas esclareceu que a clínica está disposta a dar continuidade nos tratamentos de hemodiálise, solicitando apenas o realinhamento de custos de acordo com a atualização dos valores dos serviços.
Segundo informado em coletiva, o contrato da Cardio Nefroclínica com o Município foi assinado no dia 1º de maio de 2016, durante a gestão do ex-prefeito Glauber Lima, o documento foi renovado no dia 14 de setembro de 2020 pelo ex-prefeito Solimar Charopen, com vigência até o dia 29 do corrente mês.
“Faltam 19 dias para o fim do contrato, e acredito que neste prazo possamos conversar e encontrar uma solução que não venha a prejudicar os pacientes. Se por acaso não chegarmos a um acordo no dia estipulado, estendemos o contrato por mais 30 ou 60 dias até que tenhamos uma solução”, discorreu.
Durante a coletiva de imprensa, o Dr. João José de Freitas deixou uma mensagem aos pacientes e à comunidade, dizendo que o serviço de hemodiálise não pode parar, “tenho certeza de que vamos juntar as cabeças e as mentes desta cidade e vamos juntos, encontrar uma solução”, finalizou.
A vida de quem depende da hemodiálise
Reportagem do Correio do Pampa conversou com Rosangela Beatriz da Silveira, aposentada, que há 03 anos realiza tratamento de hemodiálise, relatando que a mudança no serviço prejudica todos os pacientes.
“Não é um tratamento fácil, muitos pacientes passam mal após as sessões. Dependemos daquela máquina para sobreviver, e graças a Deus podemos utilizar deste equipamento para podermos dar continuidade à nossa vida”, frisou.
Dona Beatriz disse que a maioria dos pacientes da clínica dependem do SUS, e a interrupção do serviço implicaria em muitos problemas, pois além da hemodiálise, muitos possuem outras doenças que seriam agravadas sem a realização do tratamento
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