História – 22/05/2021

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O ANDARILHO DA LIBERDADE

Sant’Ana do Livramento sempre reservou em sua história um espaço em sua galeria de grandes vultos. Filhos destes pagos caraterizados pela lealdade, nobreza, bravura, firmeza e espírito patriótico. RAFAEL CABEDA (16/05/1857) foi essa figura humana, um grande vulto santanense. Foi franco, leal, um perfil magnânimo de homem público, guerreiro, jornalista de O MARAGATO, de escritor a líder político e um idealista do Federalismo. Foi um gaúcho autêntico, nobre, altivo e valente, um filho devotado de uma fronteira bravia. Vereador, idealista nato, abolicionista, revolucionário em 1893 e deputado duas vezes, grande orador e tribuno com brilhante atuação. Lutou nos campos de batalha na Revolução de 1893, ao lado grandes chefes que o admiravam e respeitavam. Foi um defensor dos humildes, da justiça, da cultura, das letras e dos ideais do livre pensamento. Como jornalista escreveu diversos artigos nos jornais “O Maragato” e “Canabarro”, na época do jornalismo heroico. Como escritor foi co-autor dos livros “Homenagens aos Heróis da Revolução de 1893”, “Os Crimes da Ditadura”, e de sua autoria o livro “A Revisão”. Sabia tanto esgrimir a pena como uma espada naqueles tempos tumultuados. Homem que estudara na Europa nunca fez distinção entre o mais nobre cidadão ao mais humilde gaúcho ou tropeiro. Era admirado em cada rancho da campanha e conhecido como o “Coronel dos Galpões”. Cabeda foi o símbolo da dignidade, abnegação e civismo. Honrou pela sua coragem, como líder popular, o berço onde nasceu.  Desde cedo passou a ter na cidade marcante influência participando de todas as iniciativas que tivessem como objetivo promover o progresso e a cultura. Suas atitudes eram bem definidas, era leal e franco. Rafael Cabeda, foi um exemplo de civismo, emocionava com palavras singulares, altivas e nobres. Em 1968, conheci uma vizinha, de 92 anos de idade, de nome Carmen Cabeda, a qual me contava sobre os acontecimentos, das perseguições políticas e militares da época, principalmente da gente do Coronel João Francisco do Caty na caça a Rafael Cabeda. Ele deixou um nome inatacável e uma tradição que se perpetuou nos fatos da história nacional como expoente do caráter rio-grandense. Por isso eu o escolhi para ser meu Patrono na Academia Santanense de Letras. Rafael falece no dia 22 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro. A 12 de setembro de 1926, quando da transladação dos despojos do herói, para o mausoléu que foi erigido no cemitério de sua terra natal, com os seguintes dizeres: “Ele foi, em verdade senhores, o primeiro gentil homem da República e o último dos grandes chefes populares da história rio-grandense”. “A posteridade há de fazer justiça aos méritos singulares de Rafael Cabeda”. Ele ficou conhecido como O ANDARILHO DA LIBERDADE.

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