Direção da Santa Casa teme possível piora nos índices após datas comemorativas

Apesar dos últimos dados indicarem uma queda, Leda Marisa acredita que a situação possa piorar
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Nesta semana, comparado aos últimos meses, a situação com relação às internações na Santa Casa de Misericórdia apresentou melhores índices (salvo a UTI Covid), segundo a direção do hospital. Contudo, a diretora-geral Leda Marisa alerta para a preocupação de que ocorra uma piora logo após as datas comemorativas: dia do trabalhador e dia das mães.

Foi destacado que durante a semana foi identificada uma queda na curva, devido à redução dos casos positivos e internações, mesmo que a melhora seja observada apenas na Ala Covid, que em alguns dias contou com menos da metade da ocupação. Enquanto isso, a UTI Covid mantém a ocupação total e foi necessário remover pacientes para Quaraí.

Segundo conta a diretora, a apreensão quanto ao feriado e data comemorativa se dá ao fato observado de que costumam ocorrer picos de contágios e internações logo após essas ocasiões. “São sempre ocasiões em que as pessoas se reúnem e neste último ano, na sequência de feriados ou períodos de festas há uma intensificação de casos positivos e necessidade de internação, agravamentos e óbitos”, disse.

Diferente do que vinha acontecendo nos últimos meses, nesta semana, com a redução de internações na ala covid, consequentemente em alguns dias não foi necessário “internar” pacientes no pronto atendimento enquanto aguardavam por leitos.

Quanto aos índices de internação, Leda revelou: “Todo o dia temos (boletins) e eles vêm numa decrescente, começou no dia 23 com 18 pacientes na ala, no outro 19, depois 21 e hoje tem 12. Sempre segunda-feira é o dia de maior índice de pessoas que buscam o pronto atendimento Covid, em torno de 3 a 4 dias depois isso repercute em necessidade de internação. A tendência é cair até domingo e na segunda crescer, naturalmente porque segunda cresce e presume-se que por conta do feriado também, porque as pessoas se reúnem e viajam”.

UTI

Conforme estava sendo divulgado, o hospital preparou um novo local para atendimento de pacientes UTI Covid e, de acordo com a diretora da Santa Casa, a nova UTI Covid está pré-aprovada.

“A Vigilância já esteve aqui e nos sinalizou positivamente, agora só aguardamos uma portaria do Ministério da Saúde para começar a operar. […] Acreditamos que seja em uma semana/dez dias (a liberação), mas não depende de nós, já está pronto e preparado, neste momento é obter a portaria”, afirmou Leda Marisa.

Serão inicialmente seis novos leitos de UTI para atender a esses pacientes, sendo que a Santa Casa até o momento conta com apenas dois leitos de UTI Covid.

Medicamentos

Assim como está acontecendo em outras regiões, a Santa Casa vem enfrentando muitas dificuldades para obter os medicamentos necessários para o atendimento de pacientes infectados pelo coronavírus.

“Isso independe da vontade do hospital e da capacidade de compra, inclusive. É uma dificuldade geral do país e em algumas regiões do mundo, e persiste a dificuldade em obter os neurobloqueadores, medicamentos usados para entubar; e os sedativos para essa natureza de procedimentos continuam muito escassos. Estamos com níveis críticos de estoque, infelizmente persiste esse quadro, tem para atender os nossos e com uma margem mínima, que vamos obtendo e conseguindo esses medicamentos”, destacou Leda.

Segundo a diretora, ocasionalmente o hospital consegue estes medicamentos emprestados em Rivera, assim como empresta itens, e conta com uma parceria fraterna e responsável, mas é importante ressaltar que este não é o modo regular de adquirir. “De modo humanitário fazemos essa troca em caso de necessidade e urgência, mas não é o modo regular de obter medicamentos e a gente continua insistindo e buscando obter eles através do modo regular, pelo sistema de compras do hospital, mas infelizmente há uma indisponibilidade geral, que persiste”, explicou.

Quadro de funcionários

Após as demissões de funcionários do hospital, que continuam acontecendo, Leda contou acreditar que esta etapa, que ocorreu em função do redimensionamento do hospital, está sendo encerrada.

“As demissões foram bem significativas, mas elas não implicaram em dificuldade ou em desassistência do paciente. […] O hospital foi redimensionado para a atual conjuntura e atual demanda, mas isso não impede que daqui a dois/três meses a gente precise contratar alguém, muito especialmente neste momento o hospital se adequa a esse redimensionamento com o grupo necessário para manter o hospital funcionando em todas as áreas”, disse.

Ainda, segundo Leda Marisa, devido à instalação da nova UTI Covid, será necessário contratar médicos e enfermeiros para o atendimento deste setor, e já contam com uma equipe pré-pronta, com profissionais com experiência e especialidade em atendimento UTI.

Com relação à reunião realizada para tratar sobre o pagamento das rescisões de funcionários demitidos, Leda relatou que após a conversa, que se deu a partir da sinalização de que o Legislativo disponibilizaria recursos das emendas impositivas para o pagamento das verbas rescisórias, todos saíram da reunião com o acordo de que iriam buscar juridicamente um modo de disponibilizar esse recurso sem que isso implicasse em equívoco. “O jurídico da Santa Casa, a procuradoria do Município e o jurídico do Legislativo se mantêm em contato construindo o instrumento que viabilizará esse recurso para essa finalidade e desse modo seriam pagas todas as rescisões feitas em 2021”, concluiu.

Leda Marisa

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