Esta semana, foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Para relembrar quais são os sintomas e como é feito o tratamento para essa doença, a reportagem conversou com Otávio Rocha, médico pneumologista que atende os pacientes com tuberculose no SAE (Serviço de Atendimento Especializado) da Secretaria Municipal de Saúde.
Diferentemente do que se possa imaginar, a tuberculose é uma doença milenar mas extremamente atual. “Entre os anos de 1700 e 1900, a tuberculose matou 1 bilhão de pessoas no mundo, pois não havia nenhum medicamento que pudesse trata-la. Em 2019, a tuberculose matou mais de 1 milhão de pessoas no mundo”, contextualizou Rocha.
Causa e sintomas
A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch, que é transmitido pela tosse, entra pelo nariz, se instala no pulmão e se dissemina por todos os órgãos do corpo. “Muitas pessoas pensam que tuberculose é só pulmonar, mas não, ela se instala em todo o organismo. Temos tuberculose dentro da barriga (tuberculose peritoneal); meningite tuberculosa, a mais grave de todas e que deixa com sequelas definitivas; tuberculose óssea (Mal de Pott); tuberculose urinária; tuberculose renal; tuberculose pleural; entre outras”, elencou.
Os principais sintomas da tuberculose são: tosse com catarro e às vezes com sangue, febre no final da tarde, emagrecimento, falta de apetite, suor à noite, enfraquecimento. Como esses são sintomas muito comuns a outras doenças respiratórias, existem muitas subnotificações com relação à tuberculose.
As pessoas que já possuem outras doenças são as mais suscetíveis a contraírem a tuberculose, como, por exemplo, os diabéticos, alcoolistas, pessoas que fazem tratamento para câncer ou utilizam imunossupressores, e pessoas HIV positivo. “Hoje, de 30% a 40% das pessoas que têm tuberculose, têm HIV positivo associado”, contou.
Tratamento
O tratamento para a tuberculose tem duração de seis meses, e é feito com o uso de quatro drogas relativamente novas, que começaram a ser usadas a 60, 70 anos atrás. “Nos primeiros dois meses, são utilizadas quatro drogas e nos quatro últimos meses, duas drogas, conforme o peso do paciente. O tratamento deve ser contínuo, não pode ser abandonado nem fracionado. Após esse tratamento, a pessoa fica curada da tuberculose”, enfatizou o pneumologista.
Otávio Rocha fez um alerta às pessoas que possuem os sintomas mencionados. “Estamos à disposição no SAE, se você está com expectoração há mais de três semanas, falta de apetite, perda de peso, escarro com sangue, febre no fim da tarde, suores à noite, procure o SAE que serão feitos exames para diagnóstico”, pontuou.
O SAE está localizado na Rua Rivadávia Corrêa, 794 e o telefone para contato é 3968-1186.
Casos
Hoje, há quatro pessoas em tratamento para tuberculose no SAE, tendo uma iniciado em 2021. No ano passado, houve 21 pessoas em tratamento no serviço, com 12 altas curadas, 1 abandono, 2 óbitos, 1 mudança de diagnóstico, 02 transferências e 03 continuam em tratamento. “Com certeza existem outras pessoas com tuberculose fazendo tratamento para outra doença ou que não buscam atendimento porque pensam que a tosse é derivada do fumo, por gripe… essas pessoas podem estar transmitindo a doença para pessoas de sua convivência, principalmente imunodeprimidas e imunodeficientes”, finalizou Otávio Rocha.
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