Produtor de eventos conta a situação enfrentada com a pandemia

Com a proibição dos eventos, Marcelo Pereira, idealizador do Centro de Eventos da Fronteira, atualmente trabalha como motorista de aplicativo
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O produtor de eventos e designer gráfico Marcelo Fernando Pereira, em entrevista concedida ao jornal Correio do Pampa, relatou a situação que tem enfrentado devido à pandemia do novo coronavírus e, consequentemente, a proibição da realização de eventos. Atualmente trabalhando como motorista de aplicativo, Marcelo é formado na área de marketing e foi o idealizador do Centro de Eventos da Fronteira.

 

Trajetória

Marcelo começou a trabalhar no setor de eventos em 2010, ao ser convidado para conduzir, junto com parceiros, a produção do jogo do Internacional contra o Cerro do Uruguai. Após alguns meses da produção do seu primeiro evento, receberam a proposta para realizar o show do Luan Santana, que estava marcado para uma cidade em Santa Catarina, mas foi cancelado, e restando 9 dias organizaram o show, que foi um sucesso.

Logo em seguida do evento, Marcelo começou a organizar produções próprias, com outras parcerias e, com a organização do show do Sambô, surgiu a ideia do Centro de Eventos da Fronteira (em 2012), pela necessidade de encontrar um local coberto e próprio para eventos. “O Sambô foi o primeiro show no Centro de Eventos da Fronteira, só que foi uma loucura porque ninguém sabia onde era, então comecei a ir para as rádios falar, coloquei placas indicando como chegar e foi um sucesso”, relembrou.

Depois do primeiro show no local, realizou outros eventos e então o proprietário do local, Claudiomir Zanelato, acreditou no projeto e transformou o Centro de Eventos, fazendo diversos investimentos para melhorias e Marcelo se tornou sócio. Ao longo do tempo, ele produziu shows de muitos artistas, entre eles: Bruno e Marrone, Paula Fernandes, Victor & Léo (com participação de Lucas Sugo), Thiaguinho, Anitta e Alexandre Pires (com o Baile do Nego Véio). Além disso, foi responsável também por outros eventos, como o Arena Radical, em parceria com a NorteSul Eventos, a festa de música eletrônica Woodland e o ExpoTattoo Fronteira, um encontro de tatuadores.

Contudo, por razões pessoais, o proprietário do Centro de Eventos da Fronteira acabou vendendo o local, em dezembro de 2018, e desde então Marcelo manteve a empresa como CEF Produções e Aluguéis de Estruturas para Eventos, estando sempre em atividade produzindo eventos, alugando as estruturas que pertenciam ao Centro de Eventos da Fronteira e também trabalhando com empresas de outras cidades com a prestação de serviços.

 

 

Pandemia

Marcelo Pereira tinha diversos projetos organizados para 2020, entre eles voltar a fazer eventos no estádio do 14 de Julho, com uma proporção de cerca de 5 mil pessoas. Quando a pandemia foi decretada, estava organizando um evento com parceiros em Balneário Camboriú, dentro do Beto Carreiro, que foi cancelado. Então, toda a agenda começou a ser cancelada também.

“Depois que veio a pandemia, foi de imediato, e não querendo ser pretensioso, mas acredito que foi um dos setores mais atingidos porque não foi gradativo, parou tudo”, afirmou. Entretanto, apesar de perceber que era algo forte, ele acreditou que em cerca de seis meses a situação iria melhorar, mas isso não aconteceu e a pandemia atingiu o setor diretamente. Marcelo relembra que diversos outros setores tiveram a oportunidade de retomar o trabalho conforme a bandeira, mas os eventos continuaram totalmente proibidos. Assim, além de não poder desenvolver o seu trabalho na cidade, ele não pode recorrer às empresas parceiras, pois todos foram afetados.

“Eu costumo dizer que o vírus não me pegou pela saúde, graças à Deus, e espero que continue assim, mas financeiramente acabou com o meu negócio, eu passei por momentos de dificuldades, ainda estou passando”, relatou. Hoje, Marcelo Pereira trabalha como motorista de aplicativo de mobilidade urbana, pois de acordo com ele, foi a maneira que encontrou para conseguir se manter. Além do evento que seria realizado em Balneário Camboriú, entre os projetos para 2020 do produtor estavam voltar a fazer a ExpoTattoo e o Arena Radical.

Com outras ideias de projetos para o futuro, de forma a beneficiar todos os trabalhadores do setor de eventos, ele lembrou a grande quantidade de pessoas envolvidas no setor e que também foram diretamente afetadas devido à pandemia, como: seguranças, funcionários dos bares, limpeza, divulgação, parceiros que vendem os ingressos, produção de camarim, funcionários das bilheterias, porteiros, pessoal responsável por colocar as pulseiras, e indiretamente, o pessoal que cuida dos carros e que vende cachorro-quente na rua.

Apesar de ter diversas ideias e desejo de retornar ao trabalho, Marcelo acredita que mesmo com a chegada da vacina, ainda por pelo menos seis meses será inviável realizar eventos. “A produção de eventos é uma coisa que eu aprendi muito a fazer, gosto, me especializei, fui para fora, estudei, trabalhei em muitas empresas para saber como lidar desde o pequeno ao grande, tenho muitos parceiros na área de eventos, mas é um momento em que nos falamos vagamente, não tem nada certo, foi um dos primeiros setores a ser afetado e acredito que vai ser um dos últimos a voltar a trabalhar”, concluiu.

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