História – 24/12/2020
O PRESÍDIO DO RIO GRANDE
Assisti a uma reportagem sobre Rio Grande e seu belíssimo patrimônio histórico, cartão de visita mostrando seus 283 anos de história. Qual foi sua trajetória? Em 1737, José da Silva Paes, engenheiro, arquiteto e militar, desembarcou num ponto estratégico na barra do Rio Grande de São Pedro e deu início à fundação da primeira povoação portuguesa na capitania do sul. A primeira medida foi a construção do “presídio” (quartel ou fortaleza) e outras fortificações, uma para guardar o estreito, à meia légua do porto para abrigar as tropas do governador. A poucos quilômetros, na serra de São Miguel, num ponto vulnerável que havia sido ocupado pelos espanhóis, Silva Paes ergueu o forte de São Miguel, para vigiar possíveis avanços dos inquietos espanhóis. O estabelecimento do Rio Grande, em seu começo de simples posto militar, tomara notável desenvolvimento com a chegada de famílias vindas do Rio de Janeiro, de Laguna e de São Paulo. A importância militar do presídio pela sua situação estratégica próxima à Colônia do Sacramento e possessões espanholas, foi também causa de seu rápido crescimento, pois que ao governo português convinha ter um posto de apoio para as expedições contra seus nervosos vizinhos. A Colônia era por demais exposta aos ataques devido a posições portuguesas mais distantes impossibilitadas em prestar socorro. Por isso, Rio Grande seguidamente enviava expedições militares à Colônia. Com relação à distribuição de terras, os colonos espalharam-se pelo interior em busca de terrenos mais férteis, lançando os fundamentos de futuras povoações. Silva Paes começa a distribuir as primeiras sesmarias a militares que se dispusessem estabelecer estâncias entre a Lagoa Mirim e Mangueira. Nasce então os estancieiros militares, de soldados a criadores de gado e também formadores de milícias para defender suas terras e vigiar o avanço dos espanhóis, ataques de bandoleiros e índios. Em 1742, com a chegada dos açorianos e em maior número em 1747, em diante, deu mais acentuado impulso à prosperidade da futura vila. Dez anos depois de sua fundação, já era o presídio do Rio Grande próspero e povoado. Por carta régia de 17 de junho foi elevado à categoria de vila. As raízes que o brigadeiro Silva Paes tanto se esforçou em lançar nas terras do Rio Grande tinham enraizado no solo e não havia mais como destruir sua obra. De um simples posto militar, graças a sua perseverante energia, tornara-se o primitivo estabelecimento um próspero povoado. Como Silva Paes, tantos outros desbravadores escreveram seus feitos nas páginas da história rio-grandense.
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