História – 13/11/2020

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A INDUMENTÁRIA INDÍGENA

Recebi de presente uns quadros de figuras de índios do grupo pampeano e tupi-guarani. Observei suas indumentárias representadas nas pinturas do francês Debret, viajante que registrou sua passagem científica pelo Rio Grande do Sul no século XIX.

Além das gravuras e pinturas, os viajantes fizeram anotações importantes que permitiram conhecer as vestimentas dos índios daquela época. Pesquisando, encontrei alguns registros interessantes que ilustram como os nossos índios se vestiam. O padre Jaeguer, por exemplo, falando a respeito dos indígenas que ocupavam o território onde mais tarde se fundariam as Missões Jesuíticas, informa que “os seus trajos, antes da conquista, se reduziam a cobrir-se as partes com algumas plumas ou uma redezinha, a qual se achavam enfiadas várias contas, ficando o resto do corpo ao léu. E que, assim mesmo, nem todas as tribos usavam essa rudimentar cobertura, pois havia outras onde andassem completamente em pelo”. E nus ainda, os Carijós que, durante o inverno, entretanto, costumavam lançar sobre si umas peles de caça, uma por diante e outra por detrás”. E nus ainda e também a despeito de uma outra peninha nas imediações do umbigo, andavam os guenoas, os tapes, os patos, os chanás, os iarós, os boanes, os charruas e outros. Teschauer nos comunica que os guaranis pintavam o corpo caprichosamente com jenipapo para darem um aspecto guerreiro e formidável, empregando também tatuagens feitas com dentes de cotia, a fim de perpetuarem certas proezas, correspondendo a número de desenhos ao dos lances gloriosos. Além disso, usavam colares e pulseiras de dentes de inimigos ou de animais selvagens e enfeitavam com penas vistosas os braços, as pernas e a cabeça, trazendo nas costas, em certas ocasiões, longas plumas de avestruz. Escrevendo sobre os charruas, o mesmo autor informar: “Os cabelos pretos e bastos usavam mui compridos, atados os homens, soltos as mulheres. Eram ágeis cavaleiros e, além do arco e da flecha, manjavam boleadeiras de pedra. Cobriam-se da inclemência do frio com couros de veado curtidos com graxa do peixe” Koseritz, em seus “Bosquejos etnológicos” escreve que: “os indígenas do Rio Grande eram atrasadíssimos, em matéria de roupas e adereços”. Verdade. Mas era o único que conheciam, mesmo em contato com o homem branco.  Porém, os índios das Reduções passaram a vestir-se com decência, que foi uma rigorosa disciplina das Missões. E assim, com os registros acima mencionados, ficamos sabendo como eram as vestimentas de nossos índios.

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