História – 05/09/2020
A IMAGEM DE SANTA ANA
Descobri uma cópia do original de uma carta datada de 07 de agosto de 1945. A mesma é uma resposta da Sra. Eusébia Borges Belmonte para o Sr. Carlos Galvão Krebs sobre sua pesquisa histórica relacionada com a história de Sant’Ana do Livramento. Eu já conhecia o assunto, porém, achei interessante levar ao conhecimento dos leitores.
Começa assim: “Ligada diretamente, pela linha materna, à família de Da. Ana Ilha de Vargas – que em 1834 doou à povoação nascente a imagem de Santa Ana que viria influir decisivamente no nome de Santana do Livramento – por ter vivido ouvindo de meus pais a tradição que tão bem guardaram e que eu por minha vez nunca esqueci, posso assegurar-lhe com absoluta certeza e sem sombra de dúvida, o seguinte: A imagem de Santa Ana, atualmente conservada pela família do Sr. Agapito Gonzales, é em verdade a imagem autêntica, a imagem original, doada pela minha trisavó, Da. Ana Ilha de Vargas, à povoação de Livramento. À época da doação, Livramento era um pequeno núcleo, uma vila de casas modestas, ranchos na maioria, inclusive a capela, situada no Cerro Chato. Da. Ana Ilha de Vargas, senhora piedosa, de família rica, já casada e de boa posição social, pediu que chamassem Santa Ana à vila, prometendo doar à mesma uma imagem da santa. Aceita a doação, e para não desprezar o nome já conhecido, de LIVRAMENTO, do mesmo passo que para entender ao pedido de Da. Ana Ilha de Vargas, passou a denominar-se a vila “SANTANA DO LIVRAMENTO”.
Trata-se de uma imagem de madeira pintada, ou melhor, de um grupo, menor que o tamanho natural, em que aparecem Santa Ana, sentada, e a pequena Virgem Maria, de pé, a seu lado esquerdo, ambas com um livro nas mãos. Junto com este grupo veio uma miniatura do mesmo, também em madeira, que Da. Ana Ilha de Vargas conservava em sua casa. A miniatura se encontra hoje na capela da Fazenda Cerros Verdes, 3º Distrito do Município, estância esta que coube por herança à Da. Eusébia Ilha Vargas Simões Pires, minha bisavó, e que foi passando aos herdeiros até a presente data, sendo hoje propriedade do casal Antônio Fernandes da Cunha e Da. Noery Pires Borges da Cunha.
A miniatura esteve conservada por mim até a data em que resolvemos transladá-la para a fazenda que tradicionalmente pertenceu à família. Eu me criei vendo em nossa igreja a imagem original, que frequentemente era comentada e apontada por meus pais da maneira como lhe transmito hoje. Lá por 1917 e 1918 foi substituída por maior, passando a ser conservada daí por diante por algumas famílias locais, até que no presente se encontra com a do Dr. Agapito Gonzales. Crendo ter cooperado em suas pesquisas e, autorizando-o a fazer desta o uso que convier, subscrevo-me cordialmente
Eusébia Borges Belmonte”.
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