Servidoras da Assistência Social protestam contra precarização do serviço

Melhores condições de trabalho e adequação dos espaços de atendimento estão entre as reivindicações do grupo
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Essa semana, servidoras da Secretaria de Assistência e Inclusão Social realizaram um protesto pacífico em frente à Prefeitura Municipal buscando uma reunião com o prefeito Ico Charopen para solicitarem melhorias em suas condições de trabalho, entre outras demandas.

Entre as reivindicações das profissionais, está a adequação da atual sede do Creas (Centro de Referência em Assistência Social), que não possui acessibilidade; composição da equipe do Centro de Referência da Mulher; coordenação para o Cras Prado e Creas que estão há mais de dois meses sem; trocas de servidores que acarretariam prejuízo para o transcorrer do serviço; desmantelamento das políticas públicas para mulheres no município com extinção da Coordenadoria da Mulher; melhores condições de trabalho; falta de materiais e equipamentos; falta de profissionais ou profissionais atuando em desacordo; capacitações possibilitadas para CCs com gastos de mais de R$ 30 mil entre 2018 e 2019 os quais não repassaram os conhecimentos para os servidores; benefícios eventuais como cestas básicas e auxílio natalidade que não são cumpridos; execução de sentença do processo que envolve o serviço de acolhimento (Casa do Bem) que até o momento não se mudou e servidores que trabalham fora do expediente, fins de semana, e não são ressarcidos.

Segundo a psicóloga Luciana Silveira, os 13 servidores da Assistência Social (Secretaria, CREAS e CRAS) criaram, em março, um manifesto contendo as reivindicações já mencionadas, e o levaram à então prefeita Mari Machado, já que há muitas questões no Suas, que é a política nacional de assistência social, que deixam a desejar no Município. “Fizemos o manifesto para apresentar as questões e pedir soluções. Nos reunimos com a prefeita Mari e uma das demandas dos técnicos era a troca de local do Creas. Já havíamos pedido manutenção da casa, localizada na Travessa Antonio Bassedas, pois não conseguíamos usar o banheiro, tinha vazamento de água, as salas não tinham janelas, a rede elétrica era muito antiga e não permitia a instalação de ar condicionado, enfim, uma série de pontos a serem melhorados. Fizemos vários memorandos solicitando esses consertos, às vezes éramos atendidos, mas nunca na totalidade. Foi aí que os técnicos começaram a se organizar, buscando melhorias não só no Creas, mas também nos CRAS e na própria Secretaria de Assistência e Inclusão Social. Nos reunimos desde outubro e dessas ideias surgiu o manifesto”, contou.

Após os pedidos, a sede do Creas foi transferida uma casa, também alugada, na rua Brigadeiro Canabarro.

Os servidores também organizaram, nesse período, o Fórum Municipal dos Trabalhadores do Suas, que já existe em nível estadual e federal e dá representatividade aos servidores sem pessoalizar as ações.

Quando o prefeito Ico retornou, no fim de maio, os servidores levaram o manifesto para ele e para o secretário Lauro Binsfeld, mas não obtiveram retorno.

Recentemente, os servidores ficaram sabendo que a Secretaria manifestou interesse de entregar à imobiliária a casa onde funciona atualmente o Creas, o que indignou as psicólogas e assistentes sociais, vista a possibilidade de retornarem à antiga casa, que não possui as mínimas condições de trabalho. “Fizemos um memorando ao secretário explicando que não era possível nosso retorno, tendo em vista a insalubridade do imóvel, onde tínhamos que levar, inclusive, água potável. A posição do secretário foi de que deveríamos voltar para a residência anterior pois a casa era mais cara e não tinha acessibilidade. Acontece que a casa da Travessa Antonio Bassedas também não tem acessibilidade e necessita de manutenção, não somente limpeza e pintura, como foi feito”, destacou.

Nessa segunda-feira, os servidores do Creas receberam um novo memorando do secretário informando que na quarta-feira haveria a mudança para o antigo local. “A saída encontrada por nós foi protestar, sermos vistos pela mídia para que pelo menos nos escutassem, nos dessem mais uma chance de argumentar. Na terça fizemos o protesto e conseguimos ser recebidos pelo prefeito, mas em uma reunião bastante tensa. Eles entendem que temos viés político-partidário mas precisamos de um ambiente adequado, seja na atual casa ou em outra que atenda às necessidades da prestação do serviço”, salientou a psicóloga.

Segundo Luciana, durante a reunião, o prefeito ressaltou que o secretário tem total autonomia para tratar as questões relacionadas à assistência social e determinou que o mesmo se reunisse e ouvisse as demandas dos técnicos.

Por fim, uma nova reunião entre os técnicos, o Conselho Municipal de Assistência Social e o secretário municipal de assistência social, Lauro Binsfeld, ocorreu na noite de quinta-feira (27).

Na reunião, ficou acordado que a comissão de normas do Conselho de Assistência Social fará uma avaliação de ambas residências e enviará um parecer.

A reportagem procurou o secretário Lauro Binsfeld para comentar o assunto. O mesmo afirmou que, até o momento, não há nada definido.

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