O efeito da pandemia nas Academias de Dança santanenses
Após diversas mudanças ao longo deste período de pandemia, com decretos estabelecendo o fechamento de escolas de dança, o retorno das aulas e as novas regras para sua realização, a reportagem do jornal Correio do Pampa conversou com as proprietárias das academias de dança Lampert e Expressão.
Lampert Centro de Dança
Há 36 anos atuando em Santana do Livramento, a Lampert Centro de Dança conta com sete professores, com aulas nas modalidades: Ballet Clássico, Jazz, Dança Contemporânea, Dança de Salão, Acrobacia de Solo, Tecido Aéreo, Master, Fit Dance e Mix Dance. “Estamos sempre fazendo cursos de aperfeiçoamento, viajamos bastante para festivais e procuramos manter a dança no nível de maior excelência que a gente consiga”, contou Nereida Lampert, proprietária e diretora da escola.
A Lampert trabalha com bailarinos a partir dos 3 anos e sem limite máximo de idade, as aulas são divididas por modalidade e por idade, até a maturidade ativa. “O nosso objetivo é educar através da dança, trabalhando sempre com disciplina e procurando fazer com que os alunos entendam a importância da dança não só como uma atividade a mais, mas como algo que venha a contribuir tanto no desenvolvimento físico quanto psicológico”, afirmou.
A diretora conta que a escola fechou em março, após solicitação do governo, apesar de ser contra. “Só que naquele momento eu não imaginei a proporção que isso iria tomar, fomos para casa e imaginamos que logo estaríamos de volta”, lembrou.
Após a suspensão das aulas presenciais e solicitações dos alunos, a professora iniciou a postar aulas na página do Facebook da escola. Logo, os professores começaram a enviar tarefas para as crianças. “Só que aquilo foi andando, então optamos por fazer as aulas online, começando no Facebook também, só que no face tu não enxerga o aluno, no início foi tudo pensando que logo iria passar. Como foi se prolongando, passamos a usar aplicativos, usamos o zoom tanto para aulas quanto para reuniões com os professores, dentro do horário que seria na academia”, relatou Nereida.
Apesar de ser uma maneira de manter as aulas diante da situação, a escola enfrentou diversos obstáculos, como a desmotivação das crianças, que não gostaram de fazer online, a dificuldade para manter a escola, e alunos que foram saindo. De acordo com a proprietária, a Lampert costumava ter cerca de 160 alunos, e hoje tem 100.
“Além de nós estarmos com prejuízo desde abril, para voltar foi um custo, tivemos que colocar internet nas salas, comprar equipamentos, contratar pessoas para nos ajudar por causa dos protocolos e todo o material de higienização. Tivemos que investir para voltar, tudo para conseguir se manter ativo e tentar superar essa fase”, ressaltou.
Sobre a situação financeira, Nereida afirmou que muitos pais não estavam conseguindo pagar as mensalidades, então foi oferecido um desconto e a escola sempre manteve contato com as famílias, os alunos que não estavam com a mensalidade em dia não foram afastados.
As aulas vêm sendo desenvolvidas de forma online e presencial ao mesmo tempo, para que todos os alunos participem. De acordo com Nereida, em torno de 80% dos alunos que se mantiveram matriculados, retornaram para as aulas presenciais. “Quando veio a possibilidade de abrir, nós retomamos, fizemos reuniões, gravamos um vídeo mostrando como iria acontecer tudo, dividimos o salão, fizemos tudo de acordo com os protocolos de segurança, retomamos o trabalho, mas também continuamos online, para aqueles alunos que não se sentem seguros de vir”, explicou.
A Lampert está localizada no Livramento Tênis Clube.
Expressão Cia de Dança
Fundada no dia 07 de abril de 2009, tendo como professora e diretora Ticiane Mendonça Cavalcanti, a Expressão Cia de Dança atua na área de ballet clássico, jazz moderno contemporâneo, zumba e ballet pilates.
Com o objetivo de contribuir na evolução técnica e artística dos alunos, a companhia trabalha ainda para ensinar valores e princípios fundamentados na palavra de Deus. “Queremos fazer a diferença na vida de nossos alunos, colaboradores, amigos e pessoas que assistem nossos festivais. Por isso, eles sempre têm uma mensagem de valor. Trabalhamos por uma arte restauradora e transformadora”, afirma a diretora.
Devido à pandemia, a escola esteve fechada desde a segunda semana de março até junho, quando foram retomadas as atividades. “Não foi fácil e nem tem sido. Muitos alunos não retornaram as aulas, por medo, situação econômica, cuidado com familiares do grupo de risco. E também nem retornarão esse ano”, contou Ticiane.
Segundo a diretora, enquanto a escola esteve fechada foram realizadas algumas atividades online, mas somente durante um mês, porque foi difícil para a adaptação e os alunos preferiram não aderir. Desde junho as aulas vêm retornando gradativamente, com esforço, conversa e cuidado. Todas as medidas necessárias para a realização das aulas estão sendo tomadas, de forma que todos se sintam seguros.
Ticiane explicou que a escola conta com todos os EPIs necessários, o número de alunos por turma foi reduzido e disponibilizados mais horários para cada aula. Todos utilizam máscaras e acessórios desinfectados, sendo que as aulas estão com duração de 50 minutos, para ser feita a desinfecção da sala para a próxima turma.
Outra medida adotada foi a criação de uma tabela com o controle do bem-estar dos alunos, é colocado junto ao nome do aluno, a sua temperatura e como se sente. Além disso, de forma a mostrar para as famílias como a escola está funcionando na atual situação, foi feito um vídeo onde é explicado e mostrado como é o funcionamento.
“Vem sendo um reconstruir novamente. Os planos para esse ano tiveram que ser repensados e modificados. Tem sido um reinventar a cada dia. Nosso ano começou agora. Estamos praticamente começando nosso trabalho”, concluiu.
A Expressão está localizada na Rua Rivadavia Corrêa, 784.
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