A CENSURA DA MODA FEMININA

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No passado, a censura pegou pesado na aparência das mulheres. Achei curioso e interessante, cujos acontecimentos transcrevo: ”Hoje pode parecer piada, mas a noticia estava lá, na página 3 do Jornal A Federação de 12 de março de 1925. O titulo “O perigo dos cabelos curtos” chamava a atenção inclusive dos leitores mais distraídos. O texto curto alertava para um costume que cada vez mais ganhava a simpatia das mulheres modernas. “Depois de ter feito a fortuna dos cabeleireiros, a moda atual dos cabelos curtos, ao que informa o doutor Burnier, promete fazer fortuna dos médicos. Ao menos já serviu para enriquecer a monenclatura médica de uma nova moléstia: a rinofaringite. Esta variedade de afecções respiratórias impera exclusivamente, ao que parece, nas mulheres que, tendo sacrificado suas cabeleiras no altar da moda, oferecem suas nucas desnudas a todas as intempéries. Tal reação do organismo a uma voga evidentemente exagerada, conclui o clínico Burnier, parece bem neste caso ter toda a significação de um desmentido formal da natureza. Em todo o caso, eis um fato que fará refletir os filósofos. “A preocupação com a saúde das mulheres demonstrava também uma grande inquietação dos homens, que se sentIam pouco à vontade às voltas com as grandes mudanças do comportamento feminino na década de 20. Os cabelos longos, de penteados rebuscados e ornamentais, em que as ondas eram conseguidas artificialmente com ferro de frisar, passaram a ser muito trabalhosos para as moças mais avançadas. Não seria o cabelo curto um “sintoma da emancipação do belo sexo”, indagava a Revista Feminina, uma importante publicação do período, em dezembro de 1924. Devia ser, já que própria revista identificava, com ilustrações dos tipos de corte dos cabelos, a escultora, a literata, a estudante, a datilógrafa, a poetisa, a amante da música e a sportswoman. As mudanças do comportamento feminino incomodavam conservadores, deixavam perplexos os desavisados e estimulavam debates entre os mais progressistas. Afinal, não eram só os cabelos que se tornavam mais curtos. A revolução dos costumes também subia a barra da saia. Mas em tempo de mora rigorosa, a moda tratou de criar botinhas de cano alto para cobrir o pedaço da canela exposta. Quanto mais curtas as saias, mais longas eram as botinas. Para ver poucos centímetros da perna de uma dama, os homens se obrigavam a malabarismos que os deixavam com dor na espinha.(Magda Achutti) Bem, hoje isso não acontece mais, porém, imaginem transportar a moda atual para aquela época dos anos 20. O enfarte nos homens seria fatal. (Fonte A Federação, 12/03/25).

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