Setembro amarelo inicia com programação especial em Livramento

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Falar de prevenção do suicídio ainda é um tabu. O movimento Setembro Amarelo surgiu com o objetivo de conscientizar a sociedade deste problema de saúde pública e da necessidade de políticas de prevenção. É preciso falar sobre o assunto, mas com responsabilidade, informação e empatia. Por isso, elencamos algumas formas seguras de falar sobre suicídio, sem aumentar a dor de quem já está em sofrimento. A depressão no Brasil tem se tornado um problema de saúde pública. O país é o quinto com maior incidência da doença no mundo, apresentando um número de casos superior ao de diabetes, segundo Pesquisa do Ministério da Saúde.

Em Livramento, foi realizada a pintura de um laço amarelo em frente a sede do Executivo Municipal, simbolizando a chegada do mês de prevenção. No inicio desta semana, aconteceu uma caminhada pela vida, saindo da sede do Caps I, direção à prefeitura. Após a chegada houve apresentação da fanfarra do 7ª RC Mec, apresentação artística e panfletagem. Ainda durante essa semana, houveram palestras durante toda a sexta-feira (9), com os temas; “Precisamos falar sobre o setembro amarelo” e “Cuidando do cuidador”. Na segunda (12), haverá uma gincana no Ginásio Marechal Mallet, com os usuários do Caps I e Caps AD e para finalizar o mês de prevenção ao suicídio, haverá no dia 29 de setembro, uma palestra com o tema: “Como está a sua saúde mental?”, aberto ao público, a partir das 19h na Unipampa. No dia ainda haverá atividades como apresentação artística com o CTG Fronteira Aberta, sorteio de brindes e visita de médicos.

Estudo

Segundo estudo recente publicado na revista The Lancet, até 80% das pessoas afetadas pela doença no mundo sequer sabem de seu diagnóstico. Já o levantamento realizado pelo Instituto Ipsos a pedido da Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, que ouviu 800 pessoas com ou sem relação com a depressão de 11 estados brasileiros, revela que entre os diagnosticados entrevistados, o tempo médio para procurar ajuda foi de 39 meses (três anos e três meses). A demora ocorreu, principalmente, por falta de consciência de se tratar de uma doença (18%), resistência (13%) e medo do julgamento, reação dos outros ou vergonha (13%).

“A demora por buscar tratamento para a depressão pode trazer consequências devastadoras, como a cronificação da doença, agravamento dos sintomas, diminuição da eficácia dos tratamentos, perda de anos produtivos, impacto econômico e severa diminuição da produtividade, e todo um prejuízo em seu convívio familiar e social. A depressão precisa ser levada à sério”, destacou a Dra. Cintia de Azevedo Marques Périco, integrante da Comissão da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Dados da pesquisa demonstram que ainda há falta de entendimento sobre sua gravidade e seu impacto na vida do paciente e de todos ao seu redor: apenas 10% acreditam que a depressão é uma doença com base biológica (e repercussões físicas no corpo). Outros 35% não acham que pode ser tratada com medicamento e 36% acreditam que para superar a doença é preciso força de vontade. O número de suicídios e de casos de depressão resistente ao tratamento somados a falta de entendimento sobre a doença e a demora em buscar ajuda evidenciam a gravidade do cenário da depressão no Brasil. Mas, esse panorama pode mudar com o avanço de políticas de atenção à doença, como, por exemplo, a criação de uma metodologia de práticas clínicas que seja padrão ao atendimento a depressão e que seja reaplicável nas unidades básicas de saúde, o desenvolvimento de mais pesquisas na área da saúde mental e o oferecimento de novos tratamentos para a doença.

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