As pegadas da mimosa
A pegada ambiental é um indicador de sustentabilidade que acompanha a concorrência das demandas humanas com a capacidade regenerativa do planeta. Sant’Ana do Livramento com seus recursos naturais, de bens de consumo e serviços, está integrando a pegada de carbono no planeta pela sua contribuição não só produção de energia renovável das eólicas como também no ecoturismo. O Projeto Caminho do Pampa da Alianza Del Pastizal pretende oferecer aos participantes de caminhadas de longos caminhos e de outros esportes como ciclismo, cavalgadas e canoagem no Ibirapuitã. O projeto foi incorporado à Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso. O Caminho do Pampa ainda pretende viabilizar uma trilha internacional, com um trecho binacional nesta fronteira, ingressando no território brasileiro ao Valle del Lunarejo, importante área conservada de uso internacional no Uruguay, tudo com apoio da Alenza Del Pastizal e do Instituto Chico Mendes. Tudo por entre las alfombras de las marias-moles que encantam nosso pampa.
As pegadas históricas da mimosa são muitas: Em 11 de outubro de 1865, procedente de Uruguaiana, costeando os afluentes do Ibirapuitã, chegou à Sant’Ana, o Imperador D.Pedro II, tendo os mais calorosos aplausos e as mais elevadas distinções. O acompanhava, Gaston d’Orléans, Count of Eu, neto de um rei na França. Desde de lá, muita história testemunhou o Ibirapuitã, Na Batalha de Santa Maria, Artigas invade o Rio Santa Maria, atacando a 14 de dezembro de 1819 a coronel Abreu, acampando nas margens do Ibirapuitã Chico, infligindo uma derrota completa. Essa batalha também é conhecida pelo nome de Batalha de Santa Maria ou Ibirapuitã. Na Revolução Federalista de 1893/95 e 1923, João Francisco venceu Saldanha e outros chefes. Armas caem em poder de Joao Francisco. O arroio é afluente do Ibirapuitãn. Está lá a história do famoso combate da Revolução de 23, no dia 19 de junho, na ponte do Rio Ibirapuitã. Tem um relato de Honório Lemes, o guerrilheiro maragato garante que ganhou a batalha contra o grupo governista de Flores da Cunha. O Leão do Caverá havia se apoderado da entrada do Alegrete. Flores conta que, para desalojá-lo, ao disparar a cavalo em direção à ponte, gritou bem alto: Os que tiverem vergonha, que me acompanhem. Ibirapuitã até foi defendido como nome da cidade ao invés de Sant’Ana do Livramento, mas a comunidade eclesiástica se mobilizou com alguns moradores impediu tal fato.
Enfim, depois de mais um baita sucesso da VII Festival de Enogastronomia com a presença do vice-presidente da República, não ficaram dúvidas de que nesta fronteira come-se e bebe-se muito bem. Que aqui, amar, comer, beber e petiscar são rituais, formas de conviver, de receber, de celebrar. Costuma dizer-se que na casa de um verdadeiro fronteiriço, tenha muito ou tenha pouco, a mesa está sempre posta. Esta é a nossa pegada, nossa marca e, esta realidade confere um sabor muito especial à descoberta da enogastronomia fronteiriça, a qual faz parte da nossa pegada. É parte feliz do nosso cotidiano mais autêntico, onde viver aqui, é saborear a vida por entre las humildes marias-moles a brilhar nosso olhar e de quem nos visita.
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