Livramento pode se tornar município transmissor de Leishmaniose
O resultado de exames realizados em cães contaminados pode definir se Livramento se enquadra, ou não, como município transmissor de Leishmaniose. Os casos aguardam o retorno dos laboratórios para a confirmação. A leishmaniose visceral é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito-palha. A presença do vetor permite a transmissão de um cão infectado para outro cão ou para o ser humano.
Para entender melhor a situação da Leishmaniose, é necessário retornar até 2020, onde alguns cães com a doença importada de outras cidade e do Uruguai vieram para Livramento, cerca de três animais apenas, sendo dado o tratamento necessário. Em 2021 novas denúncias foram registradas e, a partir de agosto, iniciou uma crescente de casos, onde atualmente Livramento, tem 25 cães positivos para Leishmaniose. Devido a este crescimento, a Vigilância em Saúde e Vigilância Ambiental, realizou a colocação de armadilhas em busca de um vetor, a ação contou com o apoio da 10ª Coordenadoria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde, porém, nenhum mosquito foi localizado. Restavam dúvidas sobre como este aumento aconteceu, pois não havia o vetor e entre os cães contaminados, o único meio de transmissão é o contato e/ou reprodução.
Leishmaniose Infantum
Segundo o supervisor da Vigilância Ambiental em Saúde, Fellype Belmonte Moraes, foi realizado nos últimos dias, uma capacitação de equipes para o monitoramento da doença. “Tivemos uma capacitação entre o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Ministério da Saúde do Uruguai e a Secretaria de Saúde do Estado. Estes órgãos ministraram uma capacitação, onde foram colocadas novas armadilhas, não sendo encontrado o mosquito principal conhecido como mosquito palha, Flebotomíneo Lutzomyia Longipalpis, entretanro, foi localizado um mosquito equivalente chamado Lutzomyia Gaminarai, onde está sendo realizado uma análise que possa ser o mosquito transmissor. Também foi coletado material de cães positivados e cães com a suspeita de Leishmaniose, coletando medula óssea. Onde, quando o resultado dessas analises for divulgado, poderemos saber se o animal está contaminado com a Leishmaniose Infantum, caso confirmado, o município passa a ser caracterizado como transmissor da Leishmaniose. Esta confirmação muda os parâmetros da saúde no município. Onde ações preventivas passarão a acontecer com mais frequência; o atendimento ao público das UBS passa a ter mais probabilidade de pessoas estarem com o vírus da Leishmaniose. Por enquanto, a confirmação que temos é de Leishmaniose Canina”, destaca.
Ao todo foram coletadas 21 novas amostras de animais suspeitos de estarem com a doença. Em testes rápidos foram confirmadas em quatro amostras, mas uma análise aprofundada no Lacen será dará o resultado comprobatório.
Sintomas da doença
No animal: Os sintomas nos animais são emagrecimento, fraqueza, queda de pelos, descamação, crescimento exagerado das unhas, feridas no focinho, orelha e patas.
No ser humano: Os principais sintomas da leishmaniose em humanos são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Prevenção: Cuidar do ambiente interno e externo das residências mantendo-o limpo é uma das principais formas de evitar a presença do mosquito transmissor da leishmaniose visceral. A limpeza inclui recolher as fezes dos animais diariamente, embalar o lixo de forma correta e não jogar ou deixar folhas e resíduos orgânicos no terreno. Ao contrário do Aedes aegypti, que se reproduz em água limpa ou suja, a reprodução do mosquito-palha acontece em ambientes úmidos, em matéria orgânica podre e em fezes de animais (cães e galinhas, por exemplo).
Atualmente, a Vigilância trabalha n sistema de denúncia, onde durante as visitas contra a dengue o agente já verifica como está o animal da residência visitada e aí acontece o início dos procedimentos e envio de amostras para análise. As clínicas Veterinárias da cidade enviam alertas em caso de atendimento a animais suspeitos.
Deixe um comentário
Warning: array_merge(): Expected parameter 1 to be an array, int given in /home/correiodopampa/www/wp-content/plugins/paid-memberships-pro/includes/content.php on line 266