Nova concessionária assume Estação Rodoviária e falta de estrutura causa indignação na comunidade santanense
Essa semana a empresa Stradale Terminais Rodoviários Ltda assumiu o serviço da estação rodoviária de Sant’Ana do Livramento, mudando o local para um prédio localizado na Avenida General Daltro Filho, próximo ao Porto Seco. A mudança causou indignação na comunidade, não só pela distância, mas também pela precariedade na estrutura.
A falta de cobertura no local de embarque e desembarque, falta de acessibilidade do prédio, principalmente nos banheiros e as condições de atendimento foram algumas das situações apontadas por usuários do serviço e por autoridades que foram até o local averiguar as instalações.
A reportagem do jornal Correio do Pampa conversou com Luciane Mastrantonio Kurz, representante direta da empresa Stradale, que também administra outras rodoviárias no Estado.
Funcionamento da rodoviária
Luciane Kurz explicou que neste primeiro momento, o serviço está funcionando dentro da normalidade, apenas com alguns problemas na internet relacionados ao site de venda de passagens.
“Estamos organizando o local, providenciando as melhorias que precisam ser feitas e lutando contra o tempo para resolver a questão do alvará, que depende de tempo hábil dentro dos trâmites legais. Esperamos que em breve consigamos dar início às reformas, com a acessibilidade para os deficientes físicos e a cobertura para os ônibus”, frisou.
Construção do prédio
De acordo com Luciane, a empresa tem o prazo de até dois anos para construir o local definitivo para a rodoviária, o qual deverá ser na mesma área atual, na localidade do Porto Seco.
“Infelizmente não podemos agradar todos os bairros da cidade, e este é o melhor local para instalação da rodoviária. Temos uma grande parte da população que será beneficiada nesta área da cidade”, disse.
Com relação à planta, Luciane explicou que a mesma precisa ser ajustada de acordo com o tamanho do terreno, mas que a estrutura definitiva terá o box para os veículos, sala de espera, guichês, além de uma cafeteria para os passageiros e alguma rede de loja, como farmácia.
“Tínhamos um prazo para começar a operar o serviço, e este já estava no limite para ser cumprido. Temos a concessão do serviço por 25 anos e vamos seguir tudo conforme ficou estabelecido na licitação”, disse.
Sobre o uso do antigo prédio da estação rodoviária, Luciane disse que a empresa tentou alugar o prédio, porém não conseguiram concretizar o negócio com parte da família que administra o espaço atualmente.
Estrutura para os passageiros
“Além da cobertura na parte externa, pretendíamos colocar à disposição dos passageiros um serviço de café, porém isso também depende da liberação da Prefeitura. Mas vamos melhorando a estrutura conforme avançar os dias. Nossa previsão é de que em 30 dias já estejamos com este local adequado com as coberturas no local de embarque e desembarque”, discorreu.
Notificação
Luciane disse que recebeu com surpresa a notificação da Fiscalização do Comércio, feita na terça-feira, dia 15 de março, pois a empresa havia encaminhado toda a documentação para liberação do alvará. Fomos notificados, mas seguimos com a venda das passagens para que a comunidade não seja prejudicada”, disse.
Confira opiniões publicadas nas redes sociais
Claudia Pires: “Os problemas relacionados à estação rodoviária de Livramento vêm de longa data, de várias administrações, nunca é nenhum governo resolver, sempre foi uma rodoviária de 5ª, assim como a infraestrutura entorno; fizeram (depois de muitas cobranças e promessas) algumas adequações para idosos e cadeirantes…mas seguiu sendo de horrível, com goteiras para todos os lados. A atual, é desprovida de várias benfeitorias, mas creio que isso será sanada com o decorrer dos meses. O importante é que se deu início em um novo…em local adequado, próximo à BR, com menor luxo de veículos, que era uma das exigências dos órgãos competentes. Torço que o faltante seja suprido. Agora vamos focar em cobrar infraestruturas externas, asfalto adequado, parada de táxi e ônibus, iluminação pública…isso já não é competência da empresa e sim do Executivo”.
Renatho Costa: “Além não ter condição alguma para ser chamada de “rodoviária”, não tem plataformas, cobertura, calçadas para pedestres, acessibilidade… Enfim, o que tem são alguns bancos de madeira e mais nada. Agora, não tem iluminação decente e específica para essa finalidade, a rua, não tem placas indicativas, não tem nada que possa nos levar a crer que se trata de um terminal rodoviário. E a secretária de planejamento acaba de dar uma entrevista dizendo que nem CNPJ regularizado na cidade essa empresa tem. Como está fácil se instalar por aqui… a cidade tem muitos problemas e sempre apontamos, mas desse tipo, essa administração municipal está inaugurando”.
Sergio Lebedef: “Nos meus 84 anos de vida acompanhei de várias maneiras o desenvolvimento do nosso município: tivemos frigorífico que exportava carne para o mundo, tivemos cooperativas relacionadas ao agronegócio que eram líderes na região, tivemos um lanifício que exportava tops de lã para o mundo. Agora nossa cidade, conhecida como a cidade do “já teve”, desceu mais um degrau: já tivemos estação rodoviária! Não obstante a insatisfação generalizada que a novidade causou na população, cabe perguntar aos nossos poderes constituídos, como Prefeitura, Ministério Público, Câmara de Vereadores, se o funcionamento da tal provisória será realmente autorizado sem as mínimas condições de conforto para os usuários, como sejam: falta de cobertura para embarque/desembarque em dias de chuva; disponibilidade de táxis nos horários de chegada dos ônibus, coisa rara na antiga estação; policiamento ostensivo pela localização quase fora do perímetro urbano, deixando viajantes a mercê de eventuais assaltos. Vamos aguardar para ver se alguma providência será tomada pelos que tem obrigação de tomar para o bem-estar da comunidade”.
Mauro Nunes dos Santos: “E onde estavam a comissão e os nobres vereadores que não participaram das discussões e não representaram os cidadãos santanenses enquanto arquitetavam esta mudança? Os vereadores e a prefeita são os representantes das demandas da sociedade junto aos órgãos competentes, então, não é de discurso na Câmara que nós precisamos, mas de representação e providências. Parece que Livramento é terra de ninguém”.
Laura Bonani Cunha: “Ouvi de um vereador que o prédio sequer tem alvará, também não deve ter PPCI, falta acessibilidade ao banheiro para cadeirantes, sinalização. E nos dias de chuva, como embarcar? Como guardar mala? Enfim, tudo errado”.
Vereador Duda Amaral: “A decisão da mudança se deve a uma licitação do DAER, um órgão estadual e que tem a função de regulamentar estações rodoviárias e o transporte intermunicipal no Rio Grande do Sul. Não é uma atribuição de vereadores e tampouco passa pela Câmara Municipal qualquer dessas decisões. Agora, que a mudança de local veio à tona e vendo a péssima estrutura que a nova empresa inicia operando aqui na cidade, vamos através da Comissão de Infraestrutura do Legislativo cobrar e exigir uma estação rodoviária mais decente para Livramento como está no edital. Essa é a nossa função e o que podemos fazer”.
Ana Maria Dias Aguiar: “Quero só ver na Semana Santa recebendo turistas. Que vergonha!”
Piruca Montiel: “O banco para descanso dos passageiros à espera do horário de embarcar é muito comodo, um luxo”.
Clara Elaine Da Silva Arnez: “Parece piada… que decadência!”
Luiz Hamilton Sena Corrêa: “Os representantes do povo têm que buscar solução junto ao Estado, que licitou, julgou e deu a concessão. Também é preciso verificar se a prefeitura deu alvará de localização e o corpo de bombeiros aprovou o PPCI”.
Joao Carlos Bidart: “Uma vergonha! Achei que se tratasse de piada de mau gosto! Até onde chegamos?”
Ana Maria Dias Aguiar: “Falta de respeito essa mudança de um dia para outro. E para um lugar ermo, sem infraestrutura! Uma vergonha!”
Claudio Eggres: A nova rodoviária está pior do que a de Cacequi, só se compara com a de São Pedro!
Juarez Fernandes Lezama- “Eu preciso do apoio da comunidade, porque isso que ocorreu foi a coisa mais absurda que eu vi na minha vida, eu estava tranquilo, trabalhando numa boa e aconteceu isso. O que acontece é que nós temos a tradição na cidade, a família Lezama tem 80 anos de rodoviária, então, isto é, o que nós temos aqui. Qualquer pessoa que seja culta e inteligente que entenda de empreendimento, se dá conta que isso é a coisa mais absurda, porque em nenhum município aconteceu isso , mas Livramento sempre foi assim, parece que estão pedindo para os caras prejudicarem a comunidade, como ocorreu anteriormente na cidade, com uma firma em que não pagaram ninguém, não indenizaram ninguém. Eu estou indenizando o meu pessoal, porque em primeiro lugar é o pessoal que trabalhou comigo e me ajudou desde o início, mas eu sinto com essa situação, como que não vou sentir? estou desde pequeno trabalhando aqui e ajudando. Porque este prédio é próprio, é nosso, nós construímos com sacrifício, com suor, não teve ajuda de ninguém, de nenhuma empresa e nem do município, nunca nos deram nada, só nós pagamos para eles, com as passagens retiradas e encomendas maiores. A comunidade está revoltada, e é ela que manda e comanda, agora tenho que tentar resolver da minha maneira colocando judicialmente e gastando, porque eu já gastei com advogado e esta empresa que está agora não tinha alvará, não tinha nada, a equipe do DAER sempre vinha aqui, até quando tinha uma maçaneta estragada eles viam e me multavam, só para mostrar serviço. Eu estou com 81 anos, minha família está estruturada, então faço este pedido para a comunidade, porque eu fiz esta rodoviária para os santanenses”.
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