Inscritos do concurso da Brigada Militar realizam abaixo-assinado para anular a prova

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No último fim de semana foi realizado o Concurso Público da Brigada Militar (Soldado Nível III), na cidade de Porto Alegre, com mais de 52 mil candidatos inscritos. Após a realização da prova, vários participantes do concurso começaram a manifestar o desejo de anulação da mesma por suspeita de fraude, sendo realizado até um abaixo-assinado para que esta anulação ocorra. Em razão disto a reportagem do Correio do Pampa conversou com Gabriela Schmidt que é uma das organizadoras do abaixo-assinado, além de outros participantes do concurso que se sentiram lesados com a situação.

Gabriela Schmidt

A jovem, que mora na cidade de Santa Cruz do Sul, contou que a ideia de realizar o abaixo assinado começou quando ela conversou com os vereadores de sua cidade, e que o assunto tratado com eles foi que a sua cidade se mobilizasse com os candidatos lesados e que ajudassem para que o abaixo assinado chegasse em quem fosse superior a eles, pois precisavam de um posicionamento do governo.

“Eu conversei com um amigo vereador, no domingo mesmo, lançamos o abaixo assinado no dia da prova às 21h. A meta de assinaturas para que pudéssemos encaminhar a assessoria do governador era de 5 mil assinaturas, mas eu não imaginava que tomaria uma proporção muito maior, já que candidatos do Brasil todo estão me chamando, e movendo estruturas para conseguirmos a anulação”, comentou.

Segundo ela, a assessoria do Governador entrou em contato com a Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, pedindo relatos de candidatos lesados e provas das fraudes, fazendo com que ainda exista uma esperança no fim do túnel.

“O abaixo assinado ficará disponível até o posicionamento do Governador e a cada dia que passa os números aumentam, e os relatos de candidatos desolados com tal desrespeito é impressionante. Um grupo de candidatos entrará com uma ação judicial, caso o governo negue a anulação do concurso, inclusive, muitos candidatos que passaram na prova, estão apoiando a causa’, disse.

Ela explicou que espera que seja anulada a prova e que todos tenham a chance de fazer novamente, para provar que são capazes de serem aprovados sem usar de benefícios ilícitos para isto.

OPINIÃO

Xhenia Elizabeth- Sant’Ana do Livramento

“Onde eu fiz a prova estava bem desorganizado as aulas, os nossos fiscais nem sabiam explicar onde era, andava um monte de gente nas escadas e nos elevadores descendo e subindo procurando as salas. As sacolas de mercado foram dadas na entrada do instituto e depois quando chegamos na sala eles falavam para desligarmos o telefone. Comecei a perceber que havia algo errado por causa das sacolas de feira, e depois por não ter detector de metal, porém, acredito que na minha sala não houve uso do celular, pois os fiscais ficaram todo tempo lá dentro. Ninguém entrou em contato comigo pela prova, mas espero que o abaixo assinado que está rolando passe pelo menos da metade dos inscritos, para que a prova possa ser feita novamente”.

Henrique Gonzatto- Porto Alegre

“Foi muito desorganizado havia pessoas usando bonés, relógios e com materiais nos bolsos. No mesmo local, percebi que havia algum erro, já que os fiscais estavam conversando uns com os outros no corredor, tomando chimarrão, facilitando para alguns. Eles não tomaram nenhuma providência, simplesmente abafaram o caso, mentiram que passaram para o coordenador, mas nada foi feito, nem o governador se pronunciou até o momento, porque não quer admitir a farsa, mas queremos a anulação da prova’.

Felipe Fernandes- Sant’Ana do Livramento

“Posso dizer do lugar que eu fiz a prova que não foi bem organizado, mas estava tudo certo em questão de achar a sala da prova, porém me surpreendi na hora em que me deram uma “sacola”, aquelas de frutas que se acha em supermercado, para colocar meus pertences. Antes do início da prova, tinha gente mexendo no celular dentro da sala da aula, uma fiscal até pediu para que essa pessoa desligasse o seu celular, mas também havia outras pessoas usando relógio, cabelos soltos, joias e afins, coisas que não estava permitido no edital. Até agora ninguém se manifestou, porém estou em um grupo onde centenas assinaram petição e denunciaram a banca contra a prova. Se realmente existiu fraudes e erros nos locais de provas, tem que ser tomadas as decisões cabíveis para que seja anulada, porque muita coisa estava errada, ouvi comentários de amigos meus que na sala deles ocorreram erros, por isso espero que seja feito na justiça o que deve ser feito”.

Wanderson Moreira- Rio de Janeiro

“Eu fiz na PUC a minha prova, no local ocorreu tudo dentro dos parâmetros. Eu havia chegado de viagem, sai do Rio de Janeiro para fazer a prova, então estava com a minha mochila por isso tentaram colocar uma sacola para cobrir, porém não coube, quando cheguei na sala os fiscais pediram para desligar o telefone, então ocorreu tudo normal. A banca não disse nada, eu só fiquei sabendo das irregularidades, quando vi as notícias e resolvi pesquisar a respeito. Na minha opinião tem que ser anulado o concurso, porque a gente não sabe se realmente ocorreu a fraude ou não, porque se uma pessoa consegue tirar foto do cartão resposta, imagina oque as outras pessoas poderiam estar fazendo. Ao meu ver a banca tem que se responsabilizar, porque muitas pessoas fizeram um investimento para fazer a prova, eu por exemplo, tive que sair do Rio de Janeiro para fazer o concurso, até perdi o voo e todo mundo sabe que passagem não é barato, fora a hospedagem e alimentação , sem contar que gastamos tempo estudando, perdendo noites de sono para vir uma pessoa que não estudou e simplesmente acertar mais que a gente”

 

NOTA

A Fundatec, empresa organizadora do concurso, declarou que tudo transcorreu normalmente, sendo que o concurso prosseguirá de acordo com o seu cronograma de execução, apresentado no Edital de Abertura.

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