Diálogo

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Presente de Deus

Com o coração tomado de alegria pela oportunidade de mais uma vez reviver o mistério da encarnação de Deus, nesse tempo solene em que esta data nos coloca diante do presépio de Nosso Senhor, sob uma humildade divina e plenamente humana, temos a oportunidade de meditar e até refletir sobre os apontamentos da beata Gabriela Sagheddu, monja trapista, sobre essa noite feliz. Festa tão antiga e ao mesmo tempo tão nova que, nunca poderemos esgotar a totalidade do seu significado.

Contemplando a grandeza das coisas de Deus, “este Deus Menino nos dá tantas lições que nunca chegaremos a entendê-las plenamente”. Deus, que é amor e misericórdia infinita, revelou, em seu nascimento (e também em sua cruz), uma face de amor pela humanidade que nenhum homem seria capaz de alcançar por seus próprios méritos, diante da qual todos os joelhos devem se curvar. Diz ela ainda: “Ele, o Deus Criador do Universo, se humilha até nascer num pobre estábulo, abrigo de animais, onde passa despercebido a todos”; e acrescenta: “observe que nós fazemos o contrário. Quase temos vergonha de ser pobres e, às vezes, quase queremos esconder nossa pobreza”.

Olhando por outra ótica da fé, podemos perceber como nosso fardo é abrandado por Deus, onde dar presentes faz parte das celebrações de Natal em todo o mundo. O gesto lembra o presente de Deus para nós: o seu Filho. Pedir presentes, por parte das crianças, também é tradição. No entanto, em diferentes partes do mundo e em diferentes épocas da história, os presentes (e a pessoa a quem se pede) mudam.

Assim, por exemplo, na Espanha e em grande parte da América Latina, as crianças pedem seus presentes aos Três Reis Magos, lembrando o fato de que foram eles que levaram os primeiros presentes ao Menino Jesus. Já nos Estados Unidos, no Brasil e em muitos outros países, as crianças pedem seus presentes ao Papai Noel porque as famílias católicas ensinam que o Bom Velhinho é São Nicolau.

Mas, em algumas outras nações, é comum pedir presentes de Natal diretamente ao Menino Jesus. É o caso da Alemanha, onde viveu o jovem Joseph Ratzinger. Ele, seu irmão e sua irmã mais velha escreviam seus pedidos de Natal para o Menino Jesus em uma única folha de papel para não desperdiçar papel. Foi em 1934 quando tinha sete anos de idade: “Querido Menino Jesus, desça rapidamente à terra. O Senhor trará alegria às crianças. Também me traga alegria. Gostaria de um Volks-Schott [um livro de orações], roupas verdes para a Missa [vestes clericais] e um coração de Jesus. Eu sempre serei bom. Saudações de Joseph Ratzinger.”

Cada um de nós, em uma determinada época da vida, gostaria de um presente especial, com a idade muda tudo, passamos a valorizar a saúde, estar com os familiares, amigos e em paz. Mas o presente mais desejado, está lá, bem quietinho num canto do coração: O amor poderoso de Deus, amor que restaura a alma do tempo que não volta mais. Pois é no entardecer da vida que seremos examinados neste amor.

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