Conheça o trabalho das equipes de redução de danos em Livramento

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No dia 24 de novembro foi comemorado o Dia Nacional da Redução de Danos, em razão disto, a reportagem conversou com as agentes redutoras de danos, Ana Paula Viera e Katia Pimentel, que trabalham no SAE- Serviço de Atendimento Especializado e com Felipe Bittencourt, que atua no CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool Drogas, a fim de saber um pouco mais sobre as ações realizadas em Livramento.

O trabalho da Redução de Danos no Município se desenvolve em dois eixos temáticos interligados: um direcionado para as questões da prevenção das infecções sexualmente transmissíveis e o outro para as questões relacionadas a dependência química (uso de álcool e outras drogas).

Katia Pimentel conta que é redutora de danos e, juntamente com a sua colega Ana Paula, atuam na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, sendo a prevenção do HIV/Aids o principal foco de atuação. Segundo ela, o seu trabalho consiste justamente em levar informações a população sobre como evitar as infecções, como exercer o cuidado com a sua saúde e ofertar insumos para uma prevenção eficaz. Atuam principalmente junto às pessoas que vivem em condições de maior vulnerabilidade, população que, por muitas vezes, não se aproximam do sistema de saúde para atendimento oportuno como ser os profissionais do sexo, usuários de drogas e moradores de rua.

“A gente tem essa facilidade de poder ir até eles e levar essa prevenção tanto com materiais informativos, como com distribuição gratuita de preservativos, oferta de testagem rápida para HIV, Sífilis, Hepatite B e C, como também com a oferta do teste de fluido oral para HIV, teste este que utiliza uma amostra de saliva coletada diretamente da boca. Estes testes demoram uns 15 minutos aproximadamente e o resultado sai na hora, agilizando o encaminhamento precoce para atendimento”, contou Katia.

Além do trabalho de campo, se trabalha com projetos educacionais voltados para diversas populações. São realizadas palestras em empresas e escolas, sempre que surge uma necessidade e/ou convite. O SAE é um dos parceiros do programa PSE – Programa Saúde nas Escolas.

Ana Paula comentou que, “durante o ano de 2020 e 2021 o trabalho não parou, buscamos estratégias para seguir desenvolvendo as atividades preventivas em meio a Pandemia do Covid-19. Fizemos adaptações e buscamos ferramentas para transmitir os cuidados e que chegassem ao maior número de pessoas possível, sem desassistir nosso público alvo”.

“O pessoal passou a vir até o SAE para fazer a testagem e receber o aconselhamento, já que não estávamos indo nos domicílios pelo risco em relação ao Covid-19. Hoje, gradualmente, estamos retornando com as

atividades presenciais, trabalhando nas escolas e junto à comunidade”, discorreu.

Segundo Ana Paula esse trabalho dos redutores de danos é muito importante, porque além de levar prevenção, ele pode detectar através das testagens rápidas alguma infecção e já imediatamente encaminhar a pessoa para atendimento com a equipe multiprofissional do SAE, agilizando o acesso ao tratamento oportuno e eficaz.

O SAE localiza-se na rua Rivadavia Corrêa 794 e o telefone para contato é o (55) 39681186.

Felipe Bittencourt que trabalha no CAPS AD comenta que com ele trabalham outros dois redutores de danos, o Augusto Dietel e o Sandro Cavalheiro.

“Nosso trabalho consiste no tratamento, no cuidado e na atenção para pessoas que têm o uso abusivo de drogas, porque na sociedade, quase 90% das pessoas consomem algum tipo de substância seja ela lícita ou ilícita”, frisou.

Segundo ele no CAPS AD trabalham profissionais da saúde, como psicólogos, terapeutas, enfermeiros, além dos redutores, que possuem esse papel importante de fazer a busca ativa desses pacientes, mediante visitas domiciliares, onde muitas vezes as visitas são solicitadas pela família ou já vêm por questões judiciais.

“Atendemos muito a demanda judicial, por um fato que muitas vezes o indivíduo tem um problema com substâncias e na maioria dos casos não admite, não quer tratamento, por isso a família acaba procurando a justiça e ao sair a ordem, a saúde começa a realizar os tratamentos”, disse.

Ele explica que o CAPS AD está intensificando o trabalho nas escolas municipais, fazendo a prevenção do uso abusivo de álcool e outra drogas junto aos alunos e professores, realizando um projeto piloto no final do ano, onde realizam uma série de oficinas com essa temática e ao final do projeto os alunos irão apresentar uma feira de ciências.

Felipe fala que muitas vezes o familiar não busca ajuda por não ter recurso, porém é importante deixar claro que o SUS garante essa internação. Primeiro o paciente passa por uma desintoxicação hospitalar e se há o interesse ele é encaminhado para as comunidades terapêuticas, onde o indivíduo fica 5 meses no local e posteriormente passa uma semana com a família, para um período de readaptação, retornando ao tratamento e ficando nas comunidades terapêuticas até fechar 6 ou 9 meses, dependendo de cada situação.

“Qualquer pessoa que tenha problema, ou até mesmo algum familiar, pode procurar o serviço, mas se for o indivíduo mesmo, ele chega na hora e faz a ficha de acolhimento, onde já é agendada a primeira consulta”, finalizou.

O CAPS AD funciona na rua João Manuel 277, próximo à Praça Artigas, o telefone de contato é (55) 39681104

 

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