Santanenses falam sobre a importância do Dia da Consciência Negra

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Rafael de Castro

Vereador

Ele conta que a sua trajetória como vereador foi bem natural, já que não é de família de políticos e não teve amigos que fossem desta área, porém recentemente um amigo seu de infância está trabalhando como vereador, mas não chegou a ter contato com ele neste período político.

“Eu vim para Sant’Ana do Livramento em 2010, muito focado em fazer a minha faculdade, inicialmente o sonho principal era me formar para ser diplomata e eu foquei nisso, só que algumas questões do meu dia a dia foram me levando no sentido de servir a comunidade. Em razão disto construímos um movimento de trabalho voluntário que fazemos a limpeza do terminal de ônibus, realizamos a construção de hortas em bairros, damos aulas de reforço em escolas, para as crianças que têm dificuldade de aprendizado e aulas de violão” comentou.

Segundo ele, a primeira lavagem do terminal de ônibus, no ano de 2013 em seu aniversário, houve muita repercussão na cidade, e todas as pessoas começaram a lhe ver como político, pedindo para que se candidatasse.

Para ele os principais obstáculos que enfrentou foi da própria formação, já que estava longe da família, com muitas dificuldades e teve que vender lanches nas ruas para se manter.

Em relação a consciência negra, ele acredita ser muito importante existir uma data para dar visibilidade a situação dos negros no Brasil, já que existem muitas injustiças que acontecem com a comunidade negra no país, como a falta de oportunidades.

“Quando a gente olha para os espaços universitários mesmo com as cotas, ainda sim  é muito difícil você ver a presença de negros, um exemplo é no meu curso de Relações Internacionais que no total de 30 alunos, havia em média 2 ou 3 negros no máximo, e esses negros geralmente tinham muita dificuldade, porque  em cursos integrais como era o meu, era muito difícil trabalhar e estudar, a não ser que fosse um trabalho informal”, explicou.

Ele fala que a semana da consciência negra não resolve todos os problemas, já que para resolver é necessário um calendário para debater este assunto todo ano. “Tivemos vários avanços como a legislação de cotas que precisa ser ampliada a partir do ano que vem, temos uma legislação que prevê o ensino da história do povo afro nas escolas do ensino médio e ensino fundamental do Brasil”, disse.

Rafael conta que é importante para o jovem negro entender que a história dele não começa com a escravidão, a história do povo negro é uma história linda, de artes e de aprendizado, então nesta semana é bom as pessoas debaterem essas questões e ao mesmo tempo mostrar o lado bom da comunidade, ou seja a participação cultural da comunidade negra dentro da cultura brasileira, como no samba, na culinária, no futebol e várias outras áreas.

“Não vamos vencer o racismo só com os negros, não  foi o negro que inventou o racismo e não vai ser o negro que vai vencer o racismo sozinho, precisamos  da comunidade branca, que já tem auxiliado desde o início da luta republicana , dos abolicionistas no final do século 19, onde tínhamos muitos brancos nesta luta e não é de agora, por isso precisamos mais do que nunca de todas as pessoas da sociedade brasileira, lutando contra essas injustiças e contra este sistema perverso”, finalizou.

 

Ida Larruscain

Professora

A professora Ida Larruscain conta que concluiu o Magistério em 1988 e começou a atuar em 2002, em turmas de EJA, na Escola Rivadavia Correa, trabalhando por 20 anos na mesma modalidade de ensino, além disto em 2009 foi vice-diretora da escola Vitéllio Gazapina, estando como vice até 2018.

“Em 2019 até os dias atuais estou trabalhando como diretora da escola, junto com as professoras Liziane Machado e Lenir Diaz” comentou.

Segundo ela, o Magistério é muito envolvente, mas sempre tem obstáculos que aparecem, principalmente nos últimos 3 anos que ela considera os mais desafiadores para a sua classe, já que possui muitas demandas e exigências diárias, mas sempre com o reconhecimento da comunidade que confiou em no trabalho da escola.

“Dedicamos sempre uma semana para debates e reflexões em torno do tema Consciência Negra e, aos poucos, isso vai se ampliando para que realmente haja o entendimento da importância, da contribuição do negro na formação do povo brasileiro com sua arte, cores, sons e expressões diversas, estamos caminhando para isso”, finalizou.

 

Márcia da Rosa

Suplente de vereador pelo partido Progressista, assumindo nesta semana, cadeira do legislador Duda Amaral

A suplente do Partido Progressista Márcia da Rosa, que nesta semana está trabalhando como vereadora, devido a licença do vereador Duda Amaral conta que nunca havia imaginado ocupar tal espaço, mas como ela era instrutora e oradora de um curso bíblico e realizava trabalho sociais, o convite acabou surgindo e ela aceitou.

“Não tive dificuldades ou obstáculos para me tornar vereadora, mas acabamos   esbarrando em limitações, ou seja, demandas que como vereador não temos a prerrogativa ou poder de executar”, comentou.

Segundo ela, o dia da Consciência Negra, é um dia de reflexão e de importância para a humanidade, não somente para o negro, pois temos está consciência diariamente, mas sim a todas as raças, branca, pardas e etc.

“Para que haja conscientização das partes, ninguém nasce racista, apenas aprendem a ser e a se tornar racista. É tudo questão de educação, a cor não tem inteligência e nem caráter, por isso ainda falta a consciência de reconhecimento humano”, discorreu.

 

Juliano Correa

Advogado

 Juliano Correa contou que iniciou na advocacia pela influência de um primo, que já estava trabalhando na área, em razão disto pediu para seu pai ver a possibilidade de bancar uma faculdade privada, e ele acabou aceitando e se prontificou a custear o seu curso. Segundo ele, no andamento do curso sempre conseguiu realizar os estágios necessários na área, sendo sempre bem recebido em todos os âmbitos jurídicos.

Em relação a Consciência Negra ele explica que é uma data de suma importância, para lembrarmos que ainda temos muito a evoluir como seres humanos na essência, mas precisamos também fazer acontecer, não só ficar no discurso, mas sim irmos a luta e conscientizar ainda mais as pessoas sobre a igualdade.

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